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isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br

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- E que fariam <strong>com</strong> a Terra, se nós iniciássemos uma guerra nuclear?<<strong>br</strong> />

- Tivemos quinze anos para decidir – respondeu Devi-en -. Vosso mun<strong>do</strong> é muito<<strong>br</strong> />

rico em ferro e criou uma magnífica indústria siderúrgica. Me parece que lhe pediríamos<<strong>br</strong> />

ferro. - suspirou -. Porém nesse caso vossa contribuição não <strong>com</strong>pensaria os<<strong>br</strong> />

gastos. Levamos pelo menos dez anos mais em nossa espera.<<strong>br</strong> />

- A quantas raças impõem este tipo de contribuições? - perguntou-lhe o grande<<strong>br</strong> />

primata.<<strong>br</strong> />

- Desconheço o número exato. Acho que uns mil.<<strong>br</strong> />

- Então, vocês são os pequenos reis da galáxia, não lhe prece? Mil mun<strong>do</strong>s se aniquilam<<strong>br</strong> />

para contribuir <strong>com</strong> o vosso bem estar. Além disso são outra coisa.<<strong>br</strong> />

O selvagem <strong>com</strong>eçava a alçar a a voz, a qual adquiria um tom agu<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />

- São uns abutres – declarou.<<strong>br</strong> />

- Abutres – disse Devi-en, tentan<strong>do</strong> recordar aquela palavra.<<strong>br</strong> />

- Devora<strong>do</strong>res de carniça. Uns passarões que esperam até que algum po<strong>br</strong>e animal<<strong>br</strong> />

morra de sede no deserto, e então descem para <strong>com</strong>er seu cadáver.<<strong>br</strong> />

Devi-en notou que enjoava ao evocar em sua mene aquela horrível imagem. Sentiu-se<<strong>br</strong> />

desfalecer. Com voz débil, disse:<<strong>br</strong> />

- Não, não... Nós ajudamos às outras espécies.<<strong>br</strong> />

- Esperam que estoure a guerra, <strong>com</strong>o um ban<strong>do</strong> de abutres.<<strong>br</strong> />

Transcorreram vários dias antes que Devi-en se sentisse capaz de entrevistar-se<<strong>br</strong> />

novamente <strong>com</strong> o selvagem. Esteve a ponto de faltar <strong>com</strong> o respeito ao Arqui-administra<strong>do</strong>r,<<strong>br</strong> />

quan<strong>do</strong> este insistiu uma vez e outra vez que lhe faltavam da<strong>do</strong>s suficientes<<strong>br</strong> />

para realizar uma análise <strong>com</strong>pleta da estrutura mentas daqueles selvagens.<<strong>br</strong> />

Audazmente, Devi-en afirmou:<<strong>br</strong> />

- Com certeza, há da<strong>do</strong>s mais que suficientes para dar alguma solução ao nosso<<strong>br</strong> />

problema.<<strong>br</strong> />

O nariz <strong>do</strong> Arqui-administra<strong>do</strong>r tremeu, e sua língua rosada passou so<strong>br</strong>e ele reflexivamente.<<strong>br</strong> />

- Talvez exista uma solução, porém não confio nela. Nos enfrentamos <strong>com</strong> uma<<strong>br</strong> />

espécie que se aparta por <strong>com</strong>pleto da corrente. Isto nós já sabíamos. Não podemos<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>eter o mais leve equívoco.. Uma coisa, antes de terminar. Capturamos um exemplar<<strong>br</strong> />

extremamente inteligente. A menos que... A menos que represente o tipo moral<<strong>br</strong> />

de sua raça.<<strong>br</strong> />

Esta ideia pareceu erguer o Arqui-administra<strong>do</strong>r<<strong>br</strong> />

Devi-en, disse:<<strong>br</strong> />

- Este selvagem evocou a horrível imagem daquele... daquele pássaro... daquele<<strong>br</strong> />

chama<strong>do</strong>...<<strong>br</strong> />

- Abutre – <strong>com</strong>pletou o Arqui-administra<strong>do</strong>r<<strong>br</strong> />

- Essa imagem dá a toda nossa missão uma luz <strong>com</strong>pletamente diferente. Desde<<strong>br</strong> />

então tenho si<strong>do</strong> incapaz de <strong>com</strong>er <strong>com</strong>o é devi<strong>do</strong>, nem de <strong>do</strong>rmir. Para dizer a verdade,<<strong>br</strong> />

temo que terei que pedir-lhe demissão...<<strong>br</strong> />

- Porém não antes de terminar o que nos há trazi<strong>do</strong> aqui – disse o Arqui-administra<strong>do</strong>r<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> firmeza -. Acredita que gosto de sentir-me um... devora<strong>do</strong>r de carniça?...<<strong>br</strong> />

Deves reunir mais da<strong>do</strong>s.<<strong>br</strong> />

Finalmente Devi-en assentiu. Naturalmente o havia entendi<strong>do</strong>. O Arqui-administra<strong>do</strong>r<<strong>br</strong> />

não desejava mais que qualquer outro hurriano originar uma guerra atômica. Demorou<<strong>br</strong> />

no assunto tanto quanto permiti<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />

Devi-en se dispôs a cele<strong>br</strong>ar uma nova entrevista <strong>com</strong> o selvagem. Foi algo <strong>com</strong>-

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