17.04.2013 Views

isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br

isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br

isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ao seu agressivo e quente olhar de raiva e ódio.<<strong>br</strong> />

Que direito é que eles tinham de ser técnicos e ele, ele, um trabalha<strong>do</strong>r? Trabalha<strong>do</strong>r!<<strong>br</strong> />

Tinha a certeza!<<strong>br</strong> />

Foi leva<strong>do</strong> por um guia vesti<strong>do</strong> de vermelho pelos corre<strong>do</strong>res movimenta<strong>do</strong>s alinha<strong>do</strong>s<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> salas separadas, cada um <strong>com</strong> o seu grupo, <strong>do</strong>is aqui, cinco ali: os mecânicos<<strong>br</strong> />

de motores, os engenheiros de construção, os agrônomos. Havia centenas<<strong>br</strong> />

de profissões especializadas e cada uma delas seria representada, nesta pequena cidade,<<strong>br</strong> />

por um ou <strong>do</strong>is, de qualquer forma.<<strong>br</strong> />

Odiava-os a to<strong>do</strong>s naquele momento: os técnicos estatísticos, os contabilistas, as<<strong>br</strong> />

classes mais baixas e as mais altas. Odiava-os porque eles possuíam já o seu presunçoso<<strong>br</strong> />

conhecimento, sabiam o seu destino, enquanto ele, ainda vazio, tinha de enfrentar<<strong>br</strong> />

uma qualquer burocracia suplementar.<<strong>br</strong> />

Chegou à 15-C, foi leva<strong>do</strong> para dentro e deixa<strong>do</strong> numa sala vazia. Por um momento<<strong>br</strong> />

o seu espírito agitou-se. Decerto que, se esta fosse a sala de classificação <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res,<<strong>br</strong> />

estariam aqui dezenas de jovens.<<strong>br</strong> />

Uma porta foi sugada para o seu vão, <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> de uma divisória que chegava<<strong>br</strong> />

até à altura da cintura, e dela saiu um homem i<strong>do</strong>so e grisalho. Sorriu e mostrou os<<strong>br</strong> />

dentes certos, que eram <strong>com</strong> certeza falsos, mas a sua cara era ainda rosada e sem<<strong>br</strong> />

rugas e a sua voz denotava vigor.<<strong>br</strong> />

- Boa-tarde, George - disse. - O nosso setor só tem um de vocês desta vez, pelo<<strong>br</strong> />

que vejo.<<strong>br</strong> />

- Só um? - disse George, confuso.<<strong>br</strong> />

- Milhares por toda a Terra, claro. Milhares. Não estás sozinho.<<strong>br</strong> />

George sentiu-se exaspera<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />

- Não percebo, Sr. - disse. - Qual é a minha classificação? Que é que se passa?<<strong>br</strong> />

- Calma, filho. Está tu<strong>do</strong> bem. Podia acontecer a qualquer um. - Estendeu a mão e<<strong>br</strong> />

George apertou-a mecanicamente. Era quente e apertava a mão de George <strong>com</strong> firmeza.<<strong>br</strong> />

- Senta-te, filho. Chamo-me Sam Ellenford.<<strong>br</strong> />

George acenou impacientemente, - Quero saber o que se passa,Sr..<<strong>br</strong> />

- Claro. Para <strong>com</strong>eçar, não podes ser programa<strong>do</strong>r de <strong>com</strong>puta<strong>do</strong>res, George. Já tinhas<<strong>br</strong> />

adivinha<strong>do</strong> isso, penso eu.<<strong>br</strong> />

- Sim, já - disse George amargamente. - Que é que vou ser, então?<<strong>br</strong> />

- Essa é a parte mais difícil de explicar, George. - Fez uma pausa e depois disse,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> cuida<strong>do</strong>sa clareza: - Nada.<<strong>br</strong> />

- O quê?<<strong>br</strong> />

- Nada!<<strong>br</strong> />

- Mas que é que isso quer dizer? Por que é que não me podem dar uma profissão?<<strong>br</strong> />

- A escolha não é nossa, George. E a estrutura <strong>do</strong> teu cére<strong>br</strong>o que decide.<<strong>br</strong> />

George ficou amarelo-páli<strong>do</strong>. Os seus olhos tornaram-se protuberantes.<<strong>br</strong> />

- Há alguma coisa errada <strong>com</strong> o meu cére<strong>br</strong>o?<<strong>br</strong> />

- Há alguma coisa. No que diz respeito à classificação profissional, acho que podes<<strong>br</strong> />

dizer que é errada.<<strong>br</strong> />

- Mas porquê?<<strong>br</strong> />

Ellenford encolheu os om<strong>br</strong>os.<<strong>br</strong> />

- Acho que sabes <strong>com</strong>o a Terra conduz o seu programa de Educação, George. Praticamente<<strong>br</strong> />

to<strong>do</strong>s os seres humanos podem absorver praticamente to<strong>do</strong>s os conjuntos<<strong>br</strong> />

de conhecimentos, mas cada configuração cere<strong>br</strong>al individual está melhor preparada<<strong>br</strong> />

para receber determina<strong>do</strong>s tipos de conhecimento que outros. Tentamos <strong>com</strong>binar o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!