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isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br

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olhou à sua volta. - O culpa<strong>do</strong> deseja confessar? - Após um prolonga<strong>do</strong> silêncio,<<strong>br</strong> />

continuou: - Muito bem. Nesse caso, indicá-lo-ei. O Dr. Talliaferro frisou que o filme<<strong>br</strong> />

foi escondi<strong>do</strong> no la<strong>do</strong> de fora <strong>do</strong> peitoril da janela para que ninguém o desco<strong>br</strong>isse.<<strong>br</strong> />

Todavia, por que motivo imaginaria o criminoso que semelhante lugar seria um esconderijo<<strong>br</strong> />

seguro? A Polícia não deixaria de procurar aí. Mesmo sem a presença das<<strong>br</strong> />

autoridades, houve quem o encontrasse. Quem suporia o contrário? Obviamente, alguém<<strong>br</strong> />

que tivesse vivi<strong>do</strong> muito tempo num mun<strong>do</strong> sem ar respirável.<<strong>br</strong> />

«Para quem se achasse habitua<strong>do</strong> ao ambiente lunar por exemplo, um objeto oculto<<strong>br</strong> />

fora da Cúpula <strong>do</strong> nosso satélite não correria o perigo de ser encontra<strong>do</strong>. Os seres<<strong>br</strong> />

humanos raramente se aventuram ao exterior e apenas o fazem no cumprimento de<<strong>br</strong> />

missões especiais. Por conseguinte, evitaria a<strong>br</strong>ir a janela e expor-se àquilo que, subconscientemente<<strong>br</strong> />

lhe pareceria o vácuo... a menos que pretendesse esconder um objeto<<strong>br</strong> />

no exterior, pois nessa eventualidade pensaria que ninguém se lem<strong>br</strong>aria de procurá-lo<<strong>br</strong> />

num ambiente que o subconsciente lhe fazia supor irrespirável.<<strong>br</strong> />

- Por que aludiu à Lua? - quis saber Talliaferro.<<strong>br</strong> />

- Apenas para exemplificar. O que acabo de dizer aplica-se aos três indistintamente.<<strong>br</strong> />

Mas passemos ao ponto crucial: a noite em que Villiers morreu. Mesmo que considerassem<<strong>br</strong> />

o exterior <strong>do</strong> peitoril <strong>com</strong>o um esconderijo seguro, qual <strong>do</strong>s três <strong>com</strong>eteria<<strong>br</strong> />

a loucura de o julgar o local apropria<strong>do</strong> para um filme não revela<strong>do</strong>? Assim que os<<strong>br</strong> />

raios solares lhe incidissem, ficaria irremediavelmente destruí<strong>do</strong>. Contu<strong>do</strong>, suponhamos<<strong>br</strong> />

que o criminoso não admitia a possibilidade de amanhecer jamais. Afigurava-selhe<<strong>br</strong> />

que a noite era, por assim dizer, imortal.<<strong>br</strong> />

- Espere um momento - atalhou Kaunas.<<strong>br</strong> />

- Não há necessidade de esperar por coisa alguma - volveu Urth. - Mercúrio é o<<strong>br</strong> />

único planeta conheci<strong>do</strong> <strong>do</strong> sistema solar que volta sempre a mesma face para o Sol<<strong>br</strong> />

Mesmo entran<strong>do</strong> em linha de conta <strong>com</strong> a li<strong>br</strong>ação, três oitavos da sua superfície<<strong>br</strong> />

mantêm-se permanentemente nas trevas e o Observatório Polar situa-se nessa zona.<<strong>br</strong> />

Durante dez anos, habituou-se às noites imortais, Dr. Kaunas, e um filme que fosse<<strong>br</strong> />

aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> no exterior não correria o menor perigo de se inutilizar.<<strong>br</strong> />

«Consoante Mandei referiu no início da nossa conversa, o senhor soltou um grito<<strong>br</strong> />

no momento em que ele ajustou o polariza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> quarto de Villiers e a claridade penetrou<<strong>br</strong> />

pela janela. Precipitou-se para a frente no intuito de alterar a posição <strong>do</strong> polariza<strong>do</strong>r,<<strong>br</strong> />

ou para contemplar o filme destruí<strong>do</strong> pelos raios solares?<<strong>br</strong> />

- Procurei-o unicamente para conversarmos, mas ele encolerizou-se e sofreu um<<strong>br</strong> />

colapso - confessou Kaunas em voz trémula. - Julguei-o morto e tratei de registar o<<strong>br</strong> />

texto <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento <strong>com</strong> o esquadrinha<strong>do</strong>r. No entanto, juro que não o visitei <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

semelhante intenção! - E tombou de joelhos, soluçan<strong>do</strong> convulsivamente.<<strong>br</strong> />

O carro celular levara Kaunas, e os três homens preparavam-se para aban<strong>do</strong>nar as<<strong>br</strong> />

instalações de Wendell Urth.<<strong>br</strong> />

- Espero que não me guarde rancor - observou Talliaferro, voltan<strong>do</strong>-se para Mandel.<<strong>br</strong> />

- Julgo preferível para to<strong>do</strong>s esquecermos o que se passou nas últimas vinte e<<strong>br</strong> />

quatro horas - replicou o outro, secamente.<<strong>br</strong> />

- Falta abordar a questão <strong>do</strong>s meus honorários - lem<strong>br</strong>ou Urth, <strong>com</strong> um sorriso.<<strong>br</strong> />

Ven<strong>do</strong> que Mandel o fitava <strong>com</strong> estranheza, apressou-se a acrescentar: - Não se trata<<strong>br</strong> />

de dinheiro. Quan<strong>do</strong> a transferência da massa for possível para os seres humanos,<<strong>br</strong> />

quero que me proporcionem uma viagem.<<strong>br</strong> />

- Ainda faltam muitos anos para que os deslocamentos através <strong>do</strong> Espaço sejam

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