isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br
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tamente especializa<strong>do</strong>s, tal <strong>com</strong>o os tem a zoologia, por exemplo. Há os culturistas,<<strong>br</strong> />
por exemplo, que estudam os mecanismos da cultura, o seu crescimento, desenvolvimento<<strong>br</strong> />
e decadência. As culturas - acrescentou, antecipan<strong>do</strong>-se a uma pergunta - são<<strong>br</strong> />
to<strong>do</strong>s os aspectos de um mo<strong>do</strong> de vida. Incluem por exemplo a forma <strong>com</strong>o ganhamos<<strong>br</strong> />
a vida, aquilo de que gostamos e em que acreditamos, o que consideramos mau<<strong>br</strong> />
e bom, etc. Compreende?<<strong>br</strong> />
- Penso que sim.<<strong>br</strong> />
- Um economista (não um econometrista, mas um economista) é especialista em<<strong>br</strong> />
estudar a forma <strong>com</strong>o uma cultura satisfaz as necessidades materiais <strong>do</strong>s seus indivíduos.<<strong>br</strong> />
Um psicólogo especializa-se no mem<strong>br</strong>o individual de uma sociedade e na forma<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o ele é afeta<strong>do</strong> por ela. Um <strong>futuro</strong>logista é especialista no planeamento ,da<<strong>br</strong> />
evolução futura de uma sociedade, e um historia<strong>do</strong>r... E aqui que eu entro...<<strong>br</strong> />
- Sim,Sr..<<strong>br</strong> />
- Um historia<strong>do</strong>r especializa-se no desenvolvimento passa<strong>do</strong> da nossa própria sociedade<<strong>br</strong> />
e de sociedades <strong>com</strong> outras culturas.<<strong>br</strong> />
George deu consigo interessa<strong>do</strong>. - O passa<strong>do</strong> era diferente?<<strong>br</strong> />
- Devo dizer que sim. Até há mil anos atrás, não havia educação; pelo menos não<<strong>br</strong> />
havia aquilo a que chamamos educação.<<strong>br</strong> />
- Eu sei - disse George. - As pessoas aprendiam aos poucos pelos livros.<<strong>br</strong> />
- Como é que sabe isso? .<<strong>br</strong> />
- Ouvi dizer - disse George cautelosamente. - Há alguma utilidade em preocuparmo-nos<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> o que se passou há muito tempo? Quer dizer, o que está feito está feito,<<strong>br</strong> />
não é?<<strong>br</strong> />
- Nunca está <strong>com</strong>pletamente feito, meu rapaz. O passa<strong>do</strong> explica o presente. Por<<strong>br</strong> />
exemplo, por que é que o nosso sistema de educação é o que é?<<strong>br</strong> />
George agitou-se, inquieto. O homem estava sempre a puxar aquele assunto.<<strong>br</strong> />
- Porque é melhor - disse mal-humoradamente.<<strong>br</strong> />
- Ah, mas por que é que é melhor? Agora ouça por um instante que eu explico-lhe.<<strong>br</strong> />
Depois poderá dizer se há ou não utilidade na História. Mesmo antes <strong>do</strong> desenvolvimento<<strong>br</strong> />
das viagens interestelares... - Interrompeu-se perante o olhar de <strong>com</strong>pleto espanto<<strong>br</strong> />
de George. - Bem, pensa que as houve sempre?<<strong>br</strong> />
- Nunca tinha pensa<strong>do</strong> nisso, Sr...<<strong>br</strong> />
- Estou certo que não. Mas houve uma altura, quatro ou cinco mil anos atrás, em<<strong>br</strong> />
que a humanidade estava confinada à superfície da Terra. Mesmo a essa altura, a<<strong>br</strong> />
sua cultura já tinha se torna<strong>do</strong> bastante tecnológica e o seu número tinha atingi<strong>do</strong> o<<strong>br</strong> />
ponto em que qualquer falha tecnológica teria significa<strong>do</strong> fome e <strong>do</strong>ença generalizada.<<strong>br</strong> />
Para manter o nível tecnológico e para o elevar em face <strong>do</strong> crescimento da população,<<strong>br</strong> />
tinham de ser forma<strong>do</strong>s cada vez mais técnicos e cientistas, e, no entanto, à<<strong>br</strong> />
medida que a ciência avançava, cada vez se demorava mais tempo a formá-os.<<strong>br</strong> />
«Quan<strong>do</strong> se desenvolveram as primeiras viagens interplanetárias e depois interestelares,<<strong>br</strong> />
o problema tornou-se ainda mais grave. Na verdade, a colonização de facto<<strong>br</strong> />
de planetas extra-solares foi impraticável durante cerca de mil e quinhentos anos devi<strong>do</strong><<strong>br</strong> />
à falta de homens devidamente forma<strong>do</strong>s.<<strong>br</strong> />
«0 ponto de viragem deu-se quan<strong>do</strong> se conseguiu perceber o mecanismo de armazenamento<<strong>br</strong> />
<strong>do</strong> conhecimento no nosso cére<strong>br</strong>o. Depois disso ter si<strong>do</strong> feito, tornou-se<<strong>br</strong> />
possível criar fitas de Educação que alterassem esses mecanismos de forma a colocar<<strong>br</strong> />
no nosso cére<strong>br</strong>o um conjunto de conhecimentos prontos-a-usar, por assim dizer.<<strong>br</strong> />
Mas isso você sabe.<<strong>br</strong> />
«A partir daí, podiam ser forma<strong>do</strong>s homens aos milhares e aos milhões, e podia<<strong>br</strong> />
dar-se início àquilo a que alguém desde então chamou «O Enchimento <strong>do</strong> Universo».