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A Condessa Vésper - Unama

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www.nead.unama.br<br />

— Porém, proibida como estou de dizer-lhe que o querem matar, ele será<br />

muito capaz de me não atender!...<br />

— Bem! nesse caso porás um sinal à janela. Às duas e meia passarei por aí<br />

fora; se naquela sacada estiver um lenço embrulhado à maçaneta, é que não<br />

obtiveste cousa alguma, e nesse caso tratarei eu de providenciar por outro lado.<br />

— Pois bem! disse Virgínia; mas por que o querem matar?!<br />

— É segredo... Mais tarde o saberás!<br />

malas.<br />

Gaspar saiu.<br />

Paulo chegou à casa pouco antes da meia-noite.<br />

— Então, minha querida, está tudo pronto? Mete estes pacotes em uma das<br />

Virgínia aproximou-se e deu-lhe um beijo.<br />

— Paulo, disse ela, tenho uma cousa a pedir-te...<br />

— A pedir-me?<br />

— Sim. É uma cousa, que desejo muito, muito! Uma cousa para o interesse<br />

de nós ambos!...<br />

— É a respeito do pequenito?...<br />

— Não; é a teu respeito: Não saias hoje de casa, sim?<br />

— Sim, não sairei hoje; sairei amanhã às quatro da madrugada...<br />

— Ou isso...<br />

— Mas afinal, o que tinhas tu a pedir?<br />

— Era isso mesmo. Desejava que transferisses esta viagem...<br />

— O que há? temos alguma novidade? sentes alguma cousa?!...<br />

— Não sinto, mas pressinto... Faze-me a vontade, sim?<br />

— Ora, o que, filha? Pois isso é lá cousa que se faça!... Não sabes que esta<br />

viagem é negócio muito sério?!...<br />

— Sei, sei! mas é que...<br />

— Deixa-te de tolices! Ora, para que te havia de dar!...<br />

— Se soubesses...<br />

— Se soubesse o quê?...<br />

— Sinto-me oprimida... Receio que te vá suceder qualquer desgraça! Não<br />

partas, eu te peço, meu amigo!<br />

— Isso é nervoso! Olha: vai para o piano. Toca um pouco de música, que a<br />

crise passa.<br />

— Em todo o caso, se me quiseres fazer um grande serviço, não partas...<br />

— Estás a brincar, Virgínia; pois se te disse já qual é o interesse que me<br />

leva.<br />

— Ora, não pode haver maior interesse do que o meu em que não vás!<br />

— Com certeza, não falas a sério...<br />

— Falo, meu querido, falo! é que rigorosamente preciso que não partas!<br />

— Ora, adeus! Caprichos!<br />

— Não são! juro-te!<br />

— Então, o que vem a ser?<br />

— Não te posso dizer!...<br />

— Pois sim; mas vê que me não falte cousa alguma nas malas...<br />

— Então, sempre estás resolvido a ir!...<br />

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