24/10/03 TURNO: Matutino TIPO DA SESSÃO: Ordinária
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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ RE<strong>DA</strong>ÇÃO FINAL<br />
Número Sessão: <strong>24</strong>0.1.52.O Tipo: <strong>Ordinária</strong> - CD<br />
Data: <strong>24</strong>/<strong>10</strong>/<strong>03</strong> Montagem: 4176<br />
pessoas. Na década seguinte, a proporção de pobres voltou a aumentar, de 39%<br />
para 45%. Caso tivéssemos investido em educação, poderíamos estar em situação<br />
semelhante à da Coréia do Sul no que diz respeito à justiça social. Países que<br />
acompanharam o Brasil na lista dos que mais aumentaram o seu PIB per capita no<br />
século XX — Japão, Finlândia, Coréia e Noruega — investiram em educação e<br />
estão muito mais bem colocados do que nós no cenário internacional. O problema é<br />
que investimos pouco e mal em educação.<br />
O Censo 2000 revelou que os <strong>10</strong>% mais ricos da população ficaram com 47%<br />
das vagas das universidades públicas. Esse é um dos mecanismos perversos de<br />
perpetuação das desigualdades sociais do Brasil, pois destina dinheiro público para<br />
financiar a educação das faixas mais abastadas da população.<br />
O acesso à saúde no nosso País também é marcado pela mazela da<br />
desigualdade social. A classe média já desistiu há muito do sistema público,<br />
recorrendo sempre à rede privada, por meio dos planos de saúde. Os que não<br />
podem pagar por medicina privada, ou seja, a absoluta maioria da população, são<br />
obrigados a conformar-se com um sistema caótico e ineficiente, porque a demanda<br />
por atendimento é muito maior do que a oferta.<br />
Aliás, Sr. Presidente, aproveito para manifestar minha discordância em<br />
relação à proposta apresentada pelo Governo de destinar para saneamento e para o<br />
Programa Fome Zero recursos da Saúde.<br />
O risco de doenças também é maior na população de baixa renda, que se<br />
alimenta mal e quase nunca conta com sistema de saneamento urbano em seu<br />
domicílio. Obras de tratamento de água e de esgoto não têm visibilidade, e por isso<br />
raramente são tratadas como prioritárias por nossos administradores públicos.<br />
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