Barbara Cecconi Deon - UFSM
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mudança de prática relacionada a alimentos não ocorre apenas com informação<br />
objetiva, devendo-se trabalhar com os conhecimentos prevalecentes das crenças e<br />
práticas culturais ligados a elas, bem como o seu papel social e econômico.<br />
Candeias (1997), em sua pesquisa, justificou que a mudança no comportamento<br />
individual após uma ação educativa beneficia, de um modo geral, toda a população<br />
com a qual este indivíduo encontra-se envolvido.<br />
Os resultados pouco expressivos nas avaliações realizadas após o programa<br />
educativo é um indicador de como é difícil modificar práticas e hábitos arraigados<br />
com apenas três meses de ações educativas, principalmente quando considerado<br />
que os procedimentos inadequados em rotina de produção de refeições, como, por<br />
exemplo, as esponjas em condições impróprias como material de higienização ou,<br />
ainda, as condições higiênico-sanitárias de geladeira e freezers, se repetiram na<br />
avaliação da eficácia, mesmo tendo sido abordados no programa educativo nos<br />
diversos meios de comunicação. Oliveira et al. (2003) revelaram que a educação e o<br />
treinamento contínuo dos manipuladores seriam as melhores ferramentas para<br />
assegurar a qualidade da alimentação.<br />
Sanlier (2009) em estudo conduzido em Ancara, capital da Turquia,<br />
descobriram que o conhecimento de segurança dos alimentos de consumidores<br />
jovens é de nível insuficiente e as suas práticas são inapropriadas. Concluem que os<br />
programas de educação em segurança dos alimentos a serem transmitidos aos<br />
consumidores, em qualquer faixa etária, devem ser de longa duração; a educação<br />
deve ser repetida com intervalos específicos para garantir que as informações<br />
aprendidas tenham sido transformadas em atitudes e comportamentos; e os<br />
procedimentos e processos devem ser controlados regularmente. Em especial, essa<br />
educação deve ser iniciada na infância e deve alcançar um grande número de<br />
pessoas através da educação formal e informal pelos meios de comunicação.<br />
Lange et al. (2008), em um estudo realizado de forma a averiguar os efeitos<br />
do treinamento de boas práticas de manipulação sobre as atitudes e hábitos<br />
higiênico-sanitários dos manipuladores de açougues, concluíram que o treinamento<br />
constitui uma ferramenta de grande valia na construção da consciência sanitária.<br />
Porém, para uma mudança efetiva de hábitos dos manipuladores é necessário<br />
monitoramento e capacitação contínuos, de forma a alicerçar os laços de<br />
responsabilidade entre manipulador, consumidor e alimento seguro. Alves, Andrade<br />
e Guimarães (2008), ao avaliarem a eficácia do treinamento em qualidade e higiene<br />
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