A Aprendizagem Cooperativa no Ensino das Ciências Naturais e da ...
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professor é empregue na implementação do modelo, bem como na construção de<br />
materiais que se lhe a<strong>da</strong>ptem e, estas ativi<strong>da</strong>des exigem muito tempo disponível.<br />
De acordo com Johnson et al. (1991) e Arends (1995) há várias tarefas a realizar<br />
por parte do professor, quando se pretende implementar a aprendizagem cooperativa. O<br />
professor deve definir, com clareza, os objetivos de trabalho, quer académicos quer<br />
sociais, que os alu<strong>no</strong>s devem atingir. Deve, ain<strong>da</strong>, explicar, de forma clara, as tarefas a<br />
realizar para que os alu<strong>no</strong>s enten<strong>da</strong>m o que lhes é pedido e assim possam realizar com<br />
eficácia o seu trabalho. Tem também o papel de motivar os alu<strong>no</strong>s para a realização <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
tarefas propostas e explicar os comportamentos cooperativos a desempenhar,<br />
<strong>no</strong>mea<strong>da</strong>mente a responsabili<strong>da</strong>de individual, a interdependência positiva e a interação<br />
pessoal, de forma a que o grupo seja um autêntico grupo cooperativo (Johnson et al.,<br />
1999). Os mesmos autores referem que o professor deve, ain<strong>da</strong>, proporcionar tempo e<br />
apoio ao trabalho de grupo.<br />
Segundo Sanches (1994) e Bidegáin (1999), o uso <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa<br />
na sala de aula põe em evidência o professor <strong>no</strong> planeamento <strong><strong>da</strong>s</strong> ativi<strong>da</strong>des como na<br />
monitorização dos grupos. Os autores referem, ain<strong>da</strong>, que a intervenção do professor<br />
recai principalmente na observação atenta dos grupos, na análise <strong><strong>da</strong>s</strong> dificul<strong>da</strong>des por<br />
eles apresenta<strong><strong>da</strong>s</strong> e na estruturação de processos para que avaliem a eficiência do seu<br />
trabalho. No que respeita à atenção ao grupo, o professor deve escutar os comentários<br />
dos alu<strong>no</strong>s, presenciar as interações que estabelecem entre si, bem como as<br />
competências que evidenciam e a forma como todos os membros do grupo<br />
desempenham os papéis que lhe foram atribuídos.<br />
Em suma, o professor assume a função de “facilitador” na medi<strong>da</strong>, em que<br />
auxilia na toma<strong>da</strong> de decisões e cede progressivamente aos alu<strong>no</strong>s o controlo <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
ativi<strong>da</strong>des. Enquanto “mediador” divide as tarefas e organiza as ativi<strong>da</strong>des, o material,<br />
a aula e os grupos de trabalho. O professor é ain<strong>da</strong> um “observador” na sala de aula,<br />
dinamizando a cooperação, valorizando o processo de resolução de problemas e<br />
intervindo de acordo com as dificul<strong>da</strong>des dos alu<strong>no</strong>s.<br />
Como referem Vala<strong>da</strong>res e Moreira (2009, p.109), “quanto melhor o professor<br />
desempenhar o seu papel, mais os alu<strong>no</strong>s se irão tornando autó<strong>no</strong>mos, responsáveis e<br />
capazes de se auto-organizar”.<br />
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