A Aprendizagem Cooperativa no Ensino das Ciências Naturais e da ...
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de entendimento na definição de objetivos e estratégias. No ensi<strong>no</strong> tradicional, é o<br />
professor que assume a responsabili<strong>da</strong>de pela definição <strong>da</strong> tarefa. De acordo com Slavin<br />
(1995) numa aula cooperativa, devido à sua dinâmica, os alu<strong>no</strong>s entreaju<strong>da</strong>m-se,<br />
discutem e argumentam, constroem conhecimentos juntos, completando os “vazios”<br />
uns dos outros. Aqui o alu<strong>no</strong> torna o seu estatuto me<strong>no</strong>s definido e mais exigente.<br />
Segundo Johnson et al. (1999), numa aula de aprendizagem tradicional, os<br />
alu<strong>no</strong>s são colocados em grupo e aceitam fazê-lo, <strong>no</strong> entanto, não existe uma boa<br />
planificação para o trabalho de grupo. Os alu<strong>no</strong>s são avaliados pelo seu trabalho<br />
individual e não como membros do grupo. Não existe uma ver<strong>da</strong>deira interdependência<br />
entre os diferentes elementos visto que os alu<strong>no</strong>s apenas partilham entre si o modo<br />
como vão realizar a tarefa, mas não partilham informação ou conhecimentos sobre o<br />
assunto, não discutem ideias e não assumem responsabili<strong>da</strong>des. Muitos alu<strong>no</strong>s apenas<br />
esperam que os colegas mais capazes realizem a ativi<strong>da</strong>de proposta e aceitam qualquer<br />
resultado apresentado, contribuindo apenas para a constituição numérica do grupo. Os<br />
alu<strong>no</strong>s mais empenhados ao reconhecerem a desmotivação e desinteresse dos colegas<br />
não sentem o seu esforço recompensado. Muitas vezes surge dentro do grupo a luta pela<br />
liderança, não pelo valor que esse indivíduo pode ter, mas apenas para se afirmar<br />
perante a turma e o professor. Os alu<strong>no</strong>s mais responsáveis e estudiosos preferem<br />
trabalhar sozinhos, pois as suas capaci<strong>da</strong>des não estão a ser aproveita<strong><strong>da</strong>s</strong> dentro do<br />
grupo. Os mesmos autores referem ain<strong>da</strong>, que numa aula de aprendizagem cooperativa é<br />
explicado aos alu<strong>no</strong>s o modo de funcionamento dos grupos, motivando-os, desta forma,<br />
para este tipo de aprendizagem. Neste tipo de grupo, de acordo com o referido <strong>no</strong> ponto<br />
2.3., qualquer elemento só terá sucesso se e só se os seus colegas também o tiveram<br />
(interdependência positiva). Todos os alu<strong>no</strong>s devem saber que o sucesso do grupo<br />
depende do sucesso de ca<strong>da</strong> um, logo se um dos elementos falha, todo o grupo falha.<br />
Ca<strong>da</strong> elemento do grupo deve assumir as suas responsabili<strong>da</strong>des e fazer com que ca<strong>da</strong><br />
um dos seus companheiros assuma as suas (responsabili<strong>da</strong>de individual). Só assim, a<br />
tarefa proposta será eficazmente realiza<strong>da</strong>. Visto que o objetivo do grupo é maximizar a<br />
aprendizagem de todos os seus elementos, todos se entreaju<strong>da</strong>m, partilham informação e<br />
conhecimentos, incentivam-se uns aos outros, promovendo-se um ver<strong>da</strong>deiro trabalho<br />
de equipa.<br />
Nos grupos de aprendizagem, os alu<strong>no</strong>s, com o objetivo de melhorar o seu<br />
desempenho bem como a sua eficácia, analisam e discutem determina<strong><strong>da</strong>s</strong> atitudes,<br />
eliminando, <strong>no</strong> futuro, aquelas que de certa forma não promovam o sucesso do grupo.<br />
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