Relatório de Auditoria nº 14/2003 - 2ª Secção - Tribunal de Contas
Relatório de Auditoria nº 14/2003 - 2ª Secção - Tribunal de Contas
Relatório de Auditoria nº 14/2003 - 2ª Secção - Tribunal de Contas
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
7.8 Outras situações contratualmente previstas<br />
7.8.1 Congelamento do PRN 2000 / risco <strong>de</strong> tráfego<br />
Os riscos do Estado conce<strong>de</strong>nte subjacentes ao cumprimento do PRN 2000, pren<strong>de</strong>m-se com o<br />
facto <strong>de</strong> as concessionárias apenas assumirem o risco <strong>de</strong> tráfego no pressuposto <strong>de</strong> que as vias<br />
rodoviárias concorrentes da concessão são apenas as constantes daquele Plano e respectivos níveis<br />
<strong>de</strong> serviço.<br />
Assim, se o Estado <strong>de</strong>cidir construir estradas para além das constantes do PRN em vigor, ou alterar<br />
os níveis <strong>de</strong> serviço estabelecidos para as mesmas, <strong>de</strong> que resulte prejuízo substancial para a<br />
concessionária, incorre na obrigação <strong>de</strong> repor o equilíbrio financeiro da Concessão.<br />
Este risco do Estado conce<strong>de</strong>nte correspon<strong>de</strong> a um direito das concessionária <strong>de</strong> “não<br />
concorrência”, que vai para além do direito <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong>. O Estado fica, assim, “amarrado” ao<br />
seu PRN, caso contrário, terá <strong>de</strong> compensar financeiramente as concessionárias SCUT.<br />
7.8.2 Aumento do número <strong>de</strong> vias da Auto-Estrada / aumento do tráfego<br />
Os contratos <strong>de</strong> concessão prevêem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r ao alargamento das vias dos lanços<br />
<strong>de</strong> auto-estradas, a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados níveis <strong>de</strong> tráfego médio diário anual alcançado.<br />
Assim sendo, a execução das obras relativas ao aumento <strong>de</strong> número <strong>de</strong> vias <strong>de</strong> lanços <strong>de</strong> autoestradas<br />
implicará a prévia negociação entre o conce<strong>de</strong>nte e as concessionárias <strong>de</strong> novas bandas <strong>de</strong><br />
tráfego e respectivas tarifas. A estrutura <strong>de</strong> pagamentos a efectuar às concessionárias <strong>de</strong>verá então<br />
ser fixada em conformida<strong>de</strong> com a rendibilida<strong>de</strong> inicial esperada dos capitais dos accionistas das<br />
respectivas concessionárias.<br />
Contudo, caso as concessionárias discor<strong>de</strong>m <strong>de</strong> algumas variáveis ou <strong>de</strong> pressupostos do mo<strong>de</strong>lo<br />
subjacente à revisão da estrutura <strong>de</strong> pagamentos, apenas ficam obrigadas a lançar os respectivos<br />
concursos públicos para a ampliação das vias <strong>de</strong> auto-estradas, sendo os respectivos custos<br />
suportados pelo conce<strong>de</strong>nte.<br />
Sublinhe-se que, em algumas concessões SCUT, o conce<strong>de</strong>nte pagará ainda os estudos prévios e<br />
os projectos que tenham sido elaborados pelas concessionárias, neste âmbito.<br />
66