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115. UERJ Em 1648, um químico holandês, chamado Jean Baptista von Helmont, argumentandoindutivamente, relatou a seguinte experiência, para comprovar a tese da geraçãoespontânea: “Faça um buraco num tijolo, ponha ali erva de manjericão bem triturada.Aplique um segundo tijolo sobre o primeiro e exponha tudo ao sol. Alguns dias maistarde, tendo o manjericão agido como fermento, você verá nascer pequenos escorpiões.”Hoje, sabemos que escorpiões não nascem assim.A conclusão do químico pode ser refutada logicamente pelo argumento indicado em:a) a experiência não resistiu à passagem do tempo.b) uma hipótese alternativa para o fenômeno não foi lembrada.c) o químico não tinha competência para a realização da experiência.d) a geração espontânea não pode ser comprovada com experimentos.116. UFR-RJ50“O primeiro grande poeta que se firmou depois das estréias modernistas foi Carlos <strong>Dr</strong>ummondde Andrade. Definindo-lhe lucidamente o caráter, disse Otto Maria Carpeaux da sua obra que,‘expressão duma alma muito pessoal, é poesia objetiva.’ Parece-me que alma muito pessoal significa,no caso, a aguda percepção de um intervalo entre as convenções e a realidade; aquele hiatoentre o parecer e o ser dos homens e dos fatos que acaba virando matéria privilegiada do humor,traço constante na poesia de <strong>Dr</strong>ummond”.BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1989. p. 494.Segundo Bosi, em relação ao humor de <strong>Dr</strong>ummond pode-se afirmar que é um riso:a) que assinala uma ruptura com a geração que o antecede.b) escarnecedor, semelhante ao de Gregório de Matos.c) irônico, distanciado e lúdico, atividade da razão.d) tímido, sem qualquer reflexão, fruto da inspiração poética.e) característico da primeira geração modernista, da qual fazia parte.Texto para as questões 117 e 118:“Namorado: ter ou não, é uma questãoGABARITOIMPRIMIRQuem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo. Namoradoé a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita deadivinhação, de pele, de saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado, mesmo,é muito difícil.Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chegaao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisaser parruda, decidida, ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar.Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assimpode não ter namorado. (...)Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta abraçado, fazer comprajunto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horasolhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela paraparques, fliperamas, beira d’água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas desonhos ou musical da Metro. (...)Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesandoduzentos quilos de grilos e de medo, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãosdadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança.De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. (...)Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário afazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.Enlou-cresça.”ANDRADE, Carlos <strong>Dr</strong>ummond de. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguillar, 1982.VoltarLíngua Portuguesa - Interpretação de texto IIAvançar

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