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baixar - Prof. Dr. Aldo Vieira

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Texto 2:“QuadrilhaJoão amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lilique não amava ninguém.João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficoupara tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.”ANDRADE, Carlos <strong>Dr</strong>ummond de. Reunião. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973, p. 19.Em ambos os textos, percebe-se a utilização de uma mesma temática mas com tratamentosdistintos. Explique, com suas próprias palavras, a concepção de amor presente nostextos de Joaquim Manuel de Macedo e de Carlos <strong>Dr</strong>ummond de Andrade.Texto para as questões de 198 a 201.80GABARITOIMPRIMIR“Campo de FloresDeus me deu um amor no tempo de madureza,quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.Deus – ou foi talvez o Diabo – deu-me este amor maduro,e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.5 Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritose outros acrescento aos que amor já criou.Eis que eu mesmo me torno o mito mais radiosoe talhado em penumbra sou e não sou, mas sou.Mas sou cada vez mais, eu que não me sabia10 e cansado de mim julgava que era o mundoum vácuo atormentado, um sistema de erros.Amanhecem de novo as antigas manhãsque não vivi jamais, pois jamais me sorriram.Mas me sorriam sempre atrás de tua sombra15 imensa e contraída como letra no muroe só hoje presente.Deus me deu um amor porque o mereci.De tantos que já tive ou tiveram em mim,o sumo se espremeu para fazer um vinho20 ou foi sangue, talvez, que se armou em coágulo.E o tempo que levou uma rosa indecisaa tirar sua cor dessas chamas extintasera o tempo mais justo. Era tempo de terra.Onde não há jardim, as flores nascem de um25 secreto investimento em formas improváveis.Hoje tenho um amor e me faço espaçosopara arrecadar as alfaias de muitosamantes desgovernados, no mundo, ou triunfantese ao vê-los amorosos e transidos em torno,30 o sagrado terror converto em jubilação.Seu grão de angústia amor já me oferecena mão esquerda. Enquanto a outra acariciaos cabelos e a voz e o passo e a arquiteturae o mistério que além faz os seres preciosos35 à visão extasiada.Mas, porque me tocou um amor crepuscular,há que amar diferente. De uma grave paciêncialadrilhar minhas mãos. E talvez a ironiatenha dilacerado a melhor doação.40 Há que amar e calar.Para fora do tempo arrasto meus despojose estou vivo na luz que baixa e me confunde.ANDRADE, Carlos <strong>Dr</strong>ummond de. Antologia Poética. 32. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996. p. 161-3.VoltarLíngua Portuguesa - Interpretação de texto IAvançar

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