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O livro Urgente Da Politica Brasileira

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variações no tamanho dos municípios também criam grandes diferenças na quantidade de municípios por estado:<br />

de um lado está Roraima, com apenas 15 municípios, e de outro está Minas Gerais com incríveis 853 municípios.<br />

Estes extremos adicionam desafios às administrações municipais, que são obrigadas a adaptar estruturas<br />

administrativas similares a realidades muito diferentes.<br />

A criação de novos municípios no Brasil está vedada desde 1994 até que o Congresso Nacional crie uma lei que<br />

regulamente a criação, fusão e desmembramento de municípios. O problema é que muitas localidades que são<br />

candidatas a emancipação não tem arrecadação suficiente para sustentar uma estrutura municipal, que deve<br />

contar com prefeitura, câmara de vereadores com no mínimo nove vereadores, secretarias e todo o resto, e<br />

ficariam dependentes de verbas federais para o seu próprio sustento, uma situação que já é muito comum nos<br />

municípios existentes; além disso, os desmembramentos causariam a perda de arrecadação dos municípios<br />

originais. Nestes casos é importante questionar se a emancipação de uma localidade é importante para o bemestar<br />

da população ou se é apenas uma manobra dos políticos locais para terem acesso a cargos eletivos e<br />

criarem empregos para os amigos e familiares, tudo isso pago com verbas federais.<br />

As responsabilidades mais importantes dos municípios são: planejamento urbano, saneamento básico (água e<br />

esgoto), iluminação pública, recolhimento de lixo, limpeza urbana, criação de espaços públicos – como parques e<br />

ginásios –, asfaltamento das ruas, gestão do trânsito, mobilidade urbana (criação de ciclovias e faixas de ônibus,<br />

por exemplo), transporte público urbano, educação do nível infantil à primeira parte do ensino fundamental e<br />

atendimento de saúde básico – geralmente com postos de saúde. Os municípios também podem administrar<br />

empresas públicas, geralmente atuantes nas áreas de saneamento, transporte urbano e de serviços urbanos.<br />

Alguns municípios ainda contam com a Guarda Civil Municipal (GCM), responsável por proteger as instalações e<br />

infraestrutura dos municípios, mas que não tem poder de polícia.<br />

As prefeituras contam com os conselhos municipais que auxiliam a administração a usar eficientemente o<br />

dinheiro público. Estes conselhos contam com a participação de pessoas da sociedade civil e tem caráter<br />

fiscalizador, consultivo e deliberativo, ou seja, fornecem opiniões e tomam decisões estratégicas, mas não atuam<br />

diretamente na aplicação dos recursos. Cada conselho é responsável por um assunto, incluindo educação,<br />

alimentação escolar, saúde, assistência social, entre outros. A formação destes conselhos é condição necessária<br />

para que o município receba verbas de alguns programas do governo federal.<br />

As principais fontes de financiamento são o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), o –<br />

Imposto sobre Serviços (ISS) e o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis Inter Vivos (ITBI), além de repasses<br />

obrigatórios do imposto de renda pela União e eventuais repasses de verbas referentes a programas do governo<br />

federal. As verbas repassadas pelo governo devem ser gerenciadas e aplicadas pelos municípios e a Controladoria<br />

Geral da União (CGU) fiscaliza a utilização destes recursos, dentro das suas possibilidades.<br />

14. RECEITAS E DESPESAS<br />

Todo Estado precisa de recursos para funcionar e realiza despesas para executar as suas funções. A principal fonte<br />

de receitas do Estado são os tributos, dos quais os impostos são os mais falados e conhecidos. Tudo o que o<br />

governo faz precisa de recursos que vem das receitas, e, portanto, ao contrário do que alguns brasileiros<br />

gostariam de pensar, o governo não é uma entidade sobrenatural com recursos infinitos. O brasileiro está<br />

tomando consciência que para cada promessa ou serviço fornecido pelo governo haverá a necessidade de<br />

financiamento pelos pagadores de impostos – que, aliás, incluem os mais pobres, apesar de muita gente pensar<br />

erroneamente que as pessoas mais carentes não pagam impostos.<br />

Como o próprio nome sugere, os impostos são impostos, não são opcionais, e o Estado usará o seu poder<br />

coercitivo para cobrá-los. No entanto, numa democracia, os impostos só podem ser instituídos por lei aprovada<br />

pelos representantes do povo, ou seja, pelos Parlamentos. O pagamento de tributos é um aspecto relevante da<br />

relação entre o Estado e a sociedade, pois esta permite ou aceita que o Estado fique com uma parcela da riqueza

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