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O livro Urgente Da Politica Brasileira

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“Podemos enganar alguns por todo tempo, todos por algum tempo, mas não podemos enganar todos por todo<br />

tempo.”<br />

Abraham Lincoln (1809 - 1865), presidente dos Estados Unidos<br />

O sistema majoritário é fácil de entender: o candidato que recebe a maior quantidade de votos é eleito. Em caso<br />

de empate vence o candidato com maior idade. É um sistema em que o vencedor leva tudo: não há qualquer<br />

prêmio para o segundo lugar. Para as eleições de prefeitos em municípios com menos de 200 mil eleitores é<br />

simples assim. Já para os outros cargos do Executivo – presidente da República, governadores e prefeitos em<br />

cidades com mais de 200 mil eleitores - há uma diferença muito importante: o segundo turno.<br />

Ao contrário do que muitos eleitores pensam, o segundo turno não é um prolongamento inútil da eleição, que<br />

obriga o eleitor a ir às urnas novamente após poucas semanas. O segundo turno é importante para confirmar a<br />

decisão dos eleitores - um candidato que está em segundo lugar ainda pode vencer as eleições no segundo turno<br />

se eleitores dos demais candidatos desclassificados votarem nele e rejeitarem o candidato que estava em<br />

primeiro lugar. É claro que um segundo turno se torna desnecessário quando o candidato líder tem a maioria<br />

absoluta dos votos, ou seja, metade e mais um dos votos válidos, pois se considera que os eleitores que votaram<br />

nele no primeiro turno também votarão nele no segundo, e assim, mesmo que todos os outros eleitores<br />

votassem no candidato adversário não seria possível derrotá-lo.<br />

A existência de um segundo turno dá maior liberdade ao eleitor que no primeiro turno sente-se livre para votar<br />

no partido e na ideologia que quiser sem receio de que seu voto será inútil, pois sabe que haverá uma segunda<br />

chance para decidir o resultado final da eleição. Na prática isto significa que no primeiro turno costuma haver<br />

uma ampla gama de partidos e candidatos de quase todo o espectro político - o que é desejável numa democracia<br />

– e que as pessoas se sentem confortáveis em votar em qualquer um deles, o que acaba refletindo de forma mais<br />

fiel a posição política da sociedade. Por outro lado, o segundo turno quase sempre cria a necessidade dos<br />

partidos finalistas criarem alianças políticas com os partidos desclassificados, que, embora vencidos, ainda tem<br />

um eleitorado; este arranjo acaba beneficiando os partidos centristas que são capazes de atrair eleitores de<br />

ambos os lados do espectro, mas também cria uma tendência dos principais partidos terem posições cada vez<br />

mais ao centro, pois não querem alienar os eleitores de outros partidos no segundo turno.<br />

Já num sistema onde não existe o segundo turno, com a possibilidade de decidir entre dois finalistas, ocorre<br />

exatamente o contrário – o bipartidarismo – ou seja, apenas dois partidos têm chances reais de vencer a eleição e<br />

as pessoas, receosas de seu voto não influenciar na decisão final, optam pelo voto útil e escolhem somente os<br />

partidos com chances de vitória, reforçando a hegemonia deles no cenário político e excluindo qualquer chance<br />

de vitória de partidos menores.<br />

Já a eleição dos Senadores tem uma peculiaridade: como a casa é eleita parcialmente a cada eleição, com 1/3 e<br />

2/3 dos Senadores sendo eleitos alternadamente em eleições consecutivas, é eleito o Senador mais votado em<br />

uma eleição e os dois Senadores mais votados na eleição seguinte. A eleição para Senador não tem segundo<br />

turno e é realizada por estado, ou seja, não é possível votar num candidato a Senador de um estado diferente de<br />

onde o eleitor vota.<br />

15.2. SISTEMA PROPORCIONAL<br />

“A política cria estranhos companheiros de cama.”<br />

Charles Dudley Warner (1829 – 1900), escritor americano<br />

“Na política, os ódios comuns são a base das alianças.”<br />

Alexis de Tocqueville (1805 – 1859), historiador e pensador político francês<br />

“Em política, os aliados de hoje são os inimigos de amanhã.”<br />

Nicolau Maquiavel (1469 - 1527), político e filósofo italiano<br />

“Os fins justificam os meios.”

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