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Guia Politicamente Incorreto Da - Leandro Narloch

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CORTESIA COLEÇÃO PETER MORUZZI<br />

Antes da revolução, havia 28 voos diários entre cidades americanas e cubanas e até mesmo um serviço de ferryboat,<br />

para as famílias que quisessem viajar de carro ao país vizinho.<br />

O entretenimento era outro setor desenvolvido. “Os cubanos tinham mais televisores,<br />

telefones e jornais per capita que qualquer outro país da América Latina, e estavam em<br />

terceiro no ranking de rádios per capita (atrás do México e do Brasil)”, afirma Deborah<br />

Pacini Hernandez, no livro Rockin’ las Américas. “Em 1950, quase 90% das residências<br />

cubanas tinham um rádio que podia sintonizar mais de 140 estações.” 11 A indústria<br />

fonográfica também impressionava: havia sete gravadoras que distribuíam discos para<br />

multinacionais como a Odeon e a EMI. Além das radiolas caseiras, as músicas eram<br />

reproduzidas em cerca de 15 mil jukeboxes instaladas em cabarés e bares do país. 12<br />

A ilha vivia uma efervescência musical que daria à luz clássicos da música latinoamericana.<br />

Compositores e intérpretes de bolero, rumba, mambo e chachachá estouravam<br />

nas rádios da Argentina aos Estados Unidos, difundindo esses ritmos pelo continente.<br />

Artistas cubanos eram celebridades da Broadway e da TV americana, como Xavier<br />

Cugat, conhecido como o “Rei da Rumba”, e Desi Arnaz, que eternizou a música Babalu<br />

no seriado I Love Lucy, da década de 1950. A música cubana atraía turistas à ilha – e os<br />

turistas atraíam a música. Em 1955, o canal americano NBC transmitiu um programa ao<br />

vivo no Tropicana, o principal cabaré de Cuba. Carmen Miranda, Frank Sinatra, Nat<br />

King Cole e boa parte dos artistas mais famosos da época se apresentavam nos teatros e<br />

nos cabarés de Havana. “Éramos o que é Las Vegas hoje”, contou, muitos anos depois, a<br />

cantora Olga Guillot, a “Rainha do Bolero”. “Não, muito mais! Éramos Las Vegas e a

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