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Guia Politicamente Incorreto Da - Leandro Narloch

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Che e os direitos humanos<br />

Continente que amargou tantas ditaduras militares, a América Latina tem hoje diversos<br />

movimentos de reparação a torturas, assassinatos e outras perseguições políticas. Na<br />

batalha para fazer os carrascos militares pagarem por seus crimes, organizações como<br />

Tortura Nunca Mais, do Brasil; Madres de La Plaza de Mayo, da Argentina; Verdade e<br />

Justiça, do Paraguai; ou as comissões de verdade e reconciliação do Chile e do Peru são<br />

geralmente as fontes mais acessadas de relatórios de mortes, dados das vítimas e<br />

depoimentos de sobreviventes. Lutam também contra a pena de morte e os abusos<br />

praticados por policiais nos dias de hoje.<br />

BETTMANN/CORBIS/LATINSTOCK<br />

Che na assembleia da ONU, em 1964: “Nosso regime é um regime à morte”.<br />

Do mesmo modo, o Projeto Verdade e Memória, da organização Arquivo Cuba, reúne<br />

dados de cubanos que foram perseguidos desde 10 de março de 1952, quando o ditador<br />

Fulgencio Batista suspendeu os direitos políticos da ilha, até hoje. Segundo essa<br />

instituição, o argentino Ernesto Guevara de la Serna se envolveu em pelo menos 144<br />

mortes entre 1957 e 1959, período que compreende a guerrilha pela tomada de poder em<br />

Cuba e o primeiro ano de governo revolucionário. Entre as vítimas, há colegas do grupo<br />

guerrilheiro, policiais mortos na frente dos filhos, menores de idade e principalmente<br />

opositores políticos executados no presídio montado dentro do Forte de La Cabaña.<br />

Nos Diários de Motocicleta, Che revela também um pouco de seu racismo. <strong>Da</strong> Venezuela, escreve que os negros<br />

“mantiveram sua pureza racional graças ao pouco apego que têm em tomar banho”. Comparando negros e portugueses,<br />

escreve que “o desprezo e a pobreza os unem na luta cotidiana, mas o diferente modo de encarar a vida os separa<br />

completamente; o negro, indolente e sonhador, gasta seu dinheiro em qualquer frivolidade, o europeu tem a tradição de<br />

trabalho e economia”. 47<br />

Mais uma vez, as palavras de Che confirmam o que se diz sobre suas ações. Bem antes

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