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Guia Politicamente Incorreto Da - Leandro Narloch

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Quando alguém oferecia Coca-Cola a Che Guevara, ele costumava recusar com<br />

veemência: considerava-se diante da água negra do imperialismo. 58 Durante o<br />

tempo em que foi ministro da Indústria, Che logo tratou de estatizar a fábrica da<br />

bebida instalada em Cuba. Para sua decepção, porém, a Coca-Cola socialista que<br />

passou a ser produzida nas fábricas estatais cubanas ficava muito longe da original.<br />

Irritado com o gosto de água suja do refrigerante estatal, ele resolveu visitar a<br />

fábrica para perguntar aos administradores por que produziam algo tão ruim. A resposta<br />

foi óbvia e clara: o próprio Che tinha expulsado do país os chefes da indústria, que<br />

levaram com eles a fórmula do refrigerante. 59<br />

ÁGUA NEGRA DO IMPERALISMO<br />

Muitos anos depois, na Venezuela, o presidente Hugo Chávez foi mais precavido. No<br />

início de seu governo, diante de greves em todo o país, Chávez mandou militares à<br />

fábrica da Coca-Cola. Não para invadir a empresa e nacionalizá-la. Mas para<br />

impedir que a produção do refrigerante fosse interrompida. 60 Protestos<br />

organizados por sindicalistas chavistas nos últimos anos até podem parar a produção de<br />

vez em quando. Estão autorizados a fazer isso, contanto que não impeçam os caminhões<br />

de sair do armazém repletos de garrafas cheias.<br />

58 Jorge Castañeda, página 534.<br />

59 Humberto Fontova, O Verdadeiro Che Guevara, Editora É, página 217; e Tom Gjelten, página 286.<br />

60 Antonio Pedro Tota, Os Americanos, Contexto, 2009, página 9.

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