Guia Politicamente Incorreto Da - Leandro Narloch
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Pancho Villa adorava os Estados Unidos<br />
A crença de que Pancho era um antiamericano esbarra nos elogios desmesurados que<br />
ele fez na década de 1910 aos Estados Unidos, na época governado por Woodrow<br />
Wilson. A um jornalista americano, disse:<br />
O que eu quero é a paz do México. Não o tipo de paz que tínhamos com Díaz, quando uns poucos tinham tudo e os<br />
muitos outros eram escravos, mas a paz que têm vocês nos Estados Unidos, onde todos os homens são iguais perante a<br />
lei e onde qualquer um que deseje trabalhar pode conseguir para ele e para a sua família meios de vida que só os muito<br />
ricos podem desfrutar no México. 304<br />
Sobre Woodrow Wilson, o presidente americano, Pancho afirmou:<br />
[Wilson] era o homem mais justo do mundo. Todos os mexicanos o adoram. Nós consideraremos os Estados Unidos<br />
como nosso amigo. 305<br />
FOTO DE OTIS AULTMAN. FONTE: MIGUEL ÁNGEL BERUMEN, PANCHO VILLA: LA CONSTRUCCIÓN DEL MITO, CUADRO<br />
POR CUADRO, IMAGEN Y PALABRA/OCÉANO, 2009<br />
Pancho brinca com câmera fotográfica de jornalista americano.<br />
O entusiasmo de Pancho com os vizinhos do Norte se explica pela estreita relação que<br />
manteve com eles em sua vida, desde cedo. Às vésperas da revolução, os estados de<br />
Durango e Chihuahua estavam repletos de fazendas de gado e minas de prata, as quais<br />
tinham proprietários estrangeiros, principalmente americanos. Muitos deles contrataram<br />
os serviços de Pancho, que também atuava como segurança na época. Um de seus chefes<br />
foi um empresário inglês chamado Furber, que comprou minas de prata em Durango. Para<br />
ele, Pancho trabalhava como capataz e como segurança. Cuidava das quadrilhas de<br />
bandoleiros que apareciam pelo caminho e tentavam assaltar os vagões de trem ou os