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Guia Politicamente Incorreto Da - Leandro Narloch

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campanha militar do mexicano para o jornal Santa Fe New American. Ele escreveu:<br />

Não creio que [Pancho Villa] jamais tenha condenado à morte um homem que não merecia. Penso que sempre que<br />

ordenou uma execução o fez com a crença patriótica de que estava se desfazendo de um traidor para este país.<br />

Devemos lembrar que há uma verdadeira guerra sendo levada a cabo no México e que os julgamentos marciais são<br />

parte do inferno da guerra. 314<br />

Os vínculos entre Pancho e os Estados Unidos pioraram ainda em 1914. Em fevereiro<br />

desse ano, o mexicano matou um fazendeiro inglês, William Benton. A imprensa<br />

internacional e os americanos, então, viraram-se contra ele, em solidariedade às vítimas<br />

inocentes que começaram a se acumular. Entre outubro de 1914 e abril de 1915, quando o<br />

país passou a ser disputado por forças rebeldes, a Cidade do México permaneceu sob<br />

domínio de Pancho. Nesse ínterim, ele e seus comandados instauraram o pânico na<br />

cidade. Promoveram fuzilamentos, sequestros e extorsões. A campanha de terror villista<br />

resultou em 150 mortos, 315 principalmente entre partidários do governo deposto e<br />

generais do exército federal, que lutaram contra os rebeldes.<br />

Preocupado em encerrar o conflito mexicano e assim se concentrar melhor na Primeira<br />

Guerra Mundial, Woodrow Wilson tomou partido na Revolução Mexicana e apoiou o<br />

revolucionário Venustiano Carranza para a presidência do país, em maio de 1915.<br />

Pancho ficou furioso como um garoto mimado preterido pelos pais. Imediatamente,<br />

voltou-se contra seus antigos protetores: os americanos. Começou a acusá-los de querer<br />

transformar o México em uma colônia e a percorrer seu país como um louco enfurecido.<br />

“Seu caminho é o de um cão raivoso, um mulá enlouquecido”, escreveu o vice-cônsul<br />

inglês Patrick O’Hea. 316 Nesse mesmo ano, moradores do povoado de San Pedro de<br />

Cuevas tiveram o azar de estar no caminho de Pancho. Ao se aproximarem do povoado,<br />

os comandados de Pancho foram recebidos à bala por uma milícia de moradores, que<br />

estavam fartos dos ataques de bandoleiros. Os habitantes da cidade, ao perceber o<br />

engano, pediram perdão ao comandante de Pancho, Macario Bracamontes, que se<br />

mostrou compreensivo. Mas o chefe não aceitou as desculpas e ordenou que todos os<br />

homens adultos fossem presos. No dia seguinte, mandou fuzilar todos. O padre da cidade<br />

pediu clemência e conseguiu que alguns fossem perdoados. Pancho pediu que o padre não<br />

insistisse mais. Como esse não o obedeceu, o revolucionário sacou a pistola e o matou<br />

ali mesmo. No total, foram 69 mortos. 317<br />

304 Friedrich Katz, tomo I, página 357.<br />

305 Friedrich Katz, tomo I, página 406.<br />

306 Friedrich Katz, tomo I, página 91.<br />

307 Friedrich Katz, tomo II, página 26.<br />

308 Friedrich Katz, tomo I, páginas 471-472.<br />

309 Friedrich Katz, tomo I, página 359.<br />

310 Friedrich Katz, tomo I, página 358.<br />

311 Miguel Ángel Berumen, Pancho Villa: La Construcción del Mito, Cuadro por Cuadro, Imagen y Palabra/Océano de<br />

México, 2009, página 29.

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