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das enfermeiras. Ele achara que um passeio pelo corredor teria ajudado a acabar
com sua insônia, mas não havia funcionado. Ele não se achava com mais sono
do que quando estivera em sua cama.
Pamela Breckenridge observava-o progredir através da abertura sem porta da
sala das papeletas. Ela já se acostumara aos seus aparecimentos nas duas últimas
noites. Para economizar dinheiro, ela trazia seu lanche num saco marrom, em
vez de usar a lanchonete do hospital, e Jeoffry aparecia quando ela estava pronta
para comer.
— Posso tomar outro comprimido para dormir? — perguntou ele.
Pamela engoliu, disse-lhe que podia e mandou que a enfermeira licenciada
desse outro comprimido de Dalmane a Jeoffry. O Dr. Sherman havia permitido,
acrescentando em sua ordem original: "Repetir uma vez."
Como se estivesse de pé num bar, Jeoffry aceitou o comprimido e a pequena
xícara d'água de papel que a enfermeira lhe estendia por sobre o balcão do posto.
Jeoffry lançou o comprimido na boca e fê-lo descer garganta abaixo sem tomar a
água. Deus, o que ele não daria por um baseado. Então, começou sua lenta
viagem de volta pelo corredor.
O corredor ia escurecendo à medida que ele se afastava do posto das
enfermeiras. E ele via sua sombra aparecer à sua frente no chão de vinil,
crescendo enquanto ia caminhando. O suporte da injeção intravenosa fazia-o
parecer-se com um profeta agarrado a um bordão. Para abrir a porta ele
empurrou-a com o suporte de rodinhas. Lá dentro, ele prendeu a porta com o pé
e fechou-a. Se houvesse alguma chance de adormecer, tinha que se esconder do
barulho e das luzes do corredor.
Dispondo o suporte próximo da cama, ele virou-se e sentou-se, pretendendo
levantar os pés e esticar-se. Em vez disso, abafou um grito.
Como um fantasma, um vulto vestido de branco saiu do banheiro.
— Meu Deus! — exclamou Jeoffry, soltando a respiração. — Você realmente
me assustou!
— Deite-se, por favor.
Jeoffry obedeceu imediatamente.
— Eu jamais o esperaria a esta hora.
Jeoffry ficou observando enquanto o visitante tirava uma seringa e começava
a injetar seu conteúdo no frasco da injeção endovenosa que estava no suporte.
Ele parecia ter alguma dificuldade na escuridão, já que Jeoffry ouvia o frasco
tilintar repetidamente de encontro ao suporte.
— Que remédio eu estou tomando? — perguntou Jeoffry, sem saber se devia
dizer alguma coisa, mas suficientemente confuso quanto ao que estava
acontecendo para superar sua hesitação.