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caso às 7h30 daquela manhã. O fato de estar ainda na Sala de Operações no meio
da tarde não era auspicioso.
Ballantine decidiu aproveitar o tempo para visitar Cassi na Clarkson Dois.
Mesmo que não alimentasse uma esperança total sobre o futuro do marido dela,
Ballantine queria oferecer a Cassi a esperança que pudesse. Apesar dos seus
vários anos como membro da equipe do Boston Memorial, Ballantine jamais
pusera os pés na Clarkson Dois e, quando atravessou a pesada porta da fornalha,
sentiu-se como se houvesse entrado num outro mundo.
Em vários sentidos, a enfermaria em nada se parecia com um hospital. Dava
mais a impressão de um hotel de segunda classe. Ao passar pelo saguão
principal, pôde ouvir alguém martelando atonalmente num piano, bem como
algum estúpido show de televisão. Não havia nenhum dos sons que ele
tradicionalmente associava com o hospital, como os estalidos de um respirador
artificial ou o característico tilintar dos frascos de injeção endovenosa. Talvez o
que tornasse o ambiente mais desagradável fosse o fato de todo mundo estar
vestido com roupas de passeio. O Dr. Ballantine não podia ter certeza de quem
era paciente e de quem fazia parte da equipe médica. Ele queria encontrar Cassi,
mas receava abordar a pessoa errada.
O único lugar onde se podia saber com certeza quem era quem, era o posto
das enfermeiras. O Dr. Ballantine se encaminhou para o balcão.
— Em que posso servi-lo? — perguntou uma preta alta e elegante, cuja
plaqueta de identificação dizia simplesmente: Roxane.
— Estou procurando pela Dra. Cassidy — disse o Dr. Ballantine,
embaraçado.
Antes que Roxane pudesse responder, a cabeça de Cassi apareceu junto à
porta da sala das papeletas.
— Dr. Ballantine? Que surpresa! — Cassi levantou-se.
Ballantine juntou-se a ela, admirando de novo sua frágil beleza. Thomas
devia estar maluco para passar tantas noites no hospital, cismou ele.
— Posso falar-lhe um instante? — perguntou Ballantine.
— Claro. Gostaria de vir até meu consultório?
— Aqui está ótimo — retrucou Ballantine, indicando o salão vazio.
Cassi afastou algumas das papeletas.
— Estava escrevendo notas resumidas sobre meus pacientes para os outros
médicos usarem enquanto eu estiver internada, devido à operação do meu olho.
Ballantine acenou afirmativamente com a cabeça.
— O que me fez vir até aqui foi dizer-lhe pessoalmente que já falei com
Thomas. Batemos um bom papo. Sinto que Thomas tem trabalhado demais e ele
admitiu que tem uma certa confiança na Dexedrina para mantê-lo desperto, mas