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Médico Ou Semideus - Robin Cook

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ouviu um som. Não estava bem certa, mas achou que tinha sido a porta.

Cassi deitou-se de lado, prendendo a respiração. Não houve mais ruídos, mas

ela sentia uma presença, como se não mais estivesse sozinha no quarto. Ela

queria virar-se e olhar, mas sentia-se irracionalmente aterrorizada. Então ouviu

um ruído bem definido. Era como o de um objeto de vidro tocando sua mesinha

de cabeceira. Alguém estava em pé bem atrás dela.

Rompendo a paralisia causada por seu terror, Cassi reuniu cada grama de

força mental que possuía. Mas forçou-se a virar na direção da porta.

Ela soltou um grito abafado de pavor quando se viu olhando para um vulto

branco. Sua mão soltou-se e bateu em sua lâmpada de cabeceira.

— Meu Deus! Você me assustou! — disse George Sherman, levando a mão

ao peito numa demonstração teatral de ansiedade. — Cassi, você acaba de tirar

dez anos de minha vida.

Cassi viu um enorme buquê de rosas vermelhas num vaso sobre sua mesa de

cabeceira. Preso ao lado estava um envelope branco escrito "Cassi".

— Desculpe. Acho que nos assustamos mutuamente — disse Cassi. — Eu

tive problemas para dormir. Ouvi você entrar.

— Bem, eu preferia que você tivesse falado alguma coisa. Eu esperava que

você estivesse dormindo e não queria acordá-la.

— Essas lindas rosas são para mim?

— Sim, pensei que estivesse livre muito mais cedo, mas fiquei preso na

reunião até há poucos minutos. Eu tinha mandado pedir essas flores esta tarde e

queria ter certeza de que você as receberia.

Cassi sorriu.

— Foi muita gentileza sua.

— Eu soube que você vai ser operada amanhã de manhã. Espero que tudo

corra bem. — De repente, ele pareceu perceber que ela estava sentada de

camisola. Ele ficou ruborizado, murmurou um rápido boa-noite e bateu numa

apressada retirada.

Cassi sorriu. A visão de Sherman derramando o vinho no colo dela voltou.

Ela destacou o envelope das rosas e tirou o cartão. "Tudo de melhor de um

secreto admirador." Cassi riu. George sabia ser tão sentimental. Ao mesmo

tempo, ela pôde entender a relutância dele em assinar seu nome, após a cena que

Thomas havia criado na festa em casa de Ballantine.

Duas horas mais tarde, Cassi ainda estava bem acordada. Desesperada, ela

atirou fora as cobertas e escorregou da cama. Seu robe estava dobrado sobre a

cadeira e ela vestiu-o, pensando que talvez devesse ir ver se Robert estava

acordado. Se falasse com ele, talvez se acalmasse o bastante para finalmente

dormir.

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