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ouviu um som. Não estava bem certa, mas achou que tinha sido a porta.
Cassi deitou-se de lado, prendendo a respiração. Não houve mais ruídos, mas
ela sentia uma presença, como se não mais estivesse sozinha no quarto. Ela
queria virar-se e olhar, mas sentia-se irracionalmente aterrorizada. Então ouviu
um ruído bem definido. Era como o de um objeto de vidro tocando sua mesinha
de cabeceira. Alguém estava em pé bem atrás dela.
Rompendo a paralisia causada por seu terror, Cassi reuniu cada grama de
força mental que possuía. Mas forçou-se a virar na direção da porta.
Ela soltou um grito abafado de pavor quando se viu olhando para um vulto
branco. Sua mão soltou-se e bateu em sua lâmpada de cabeceira.
— Meu Deus! Você me assustou! — disse George Sherman, levando a mão
ao peito numa demonstração teatral de ansiedade. — Cassi, você acaba de tirar
dez anos de minha vida.
Cassi viu um enorme buquê de rosas vermelhas num vaso sobre sua mesa de
cabeceira. Preso ao lado estava um envelope branco escrito "Cassi".
— Desculpe. Acho que nos assustamos mutuamente — disse Cassi. — Eu
tive problemas para dormir. Ouvi você entrar.
— Bem, eu preferia que você tivesse falado alguma coisa. Eu esperava que
você estivesse dormindo e não queria acordá-la.
— Essas lindas rosas são para mim?
— Sim, pensei que estivesse livre muito mais cedo, mas fiquei preso na
reunião até há poucos minutos. Eu tinha mandado pedir essas flores esta tarde e
queria ter certeza de que você as receberia.
Cassi sorriu.
— Foi muita gentileza sua.
— Eu soube que você vai ser operada amanhã de manhã. Espero que tudo
corra bem. — De repente, ele pareceu perceber que ela estava sentada de
camisola. Ele ficou ruborizado, murmurou um rápido boa-noite e bateu numa
apressada retirada.
Cassi sorriu. A visão de Sherman derramando o vinho no colo dela voltou.
Ela destacou o envelope das rosas e tirou o cartão. "Tudo de melhor de um
secreto admirador." Cassi riu. George sabia ser tão sentimental. Ao mesmo
tempo, ela pôde entender a relutância dele em assinar seu nome, após a cena que
Thomas havia criado na festa em casa de Ballantine.
Duas horas mais tarde, Cassi ainda estava bem acordada. Desesperada, ela
atirou fora as cobertas e escorregou da cama. Seu robe estava dobrado sobre a
cadeira e ela vestiu-o, pensando que talvez devesse ir ver se Robert estava
acordado. Se falasse com ele, talvez se acalmasse o bastante para finalmente
dormir.