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Para sua surpresa, Cassi ficou ressonando e só foi acordar no fim da tarde.
— Cassi? — estava alguém chamando.
Cassi sobressaltou-se com inesperada voz tão perto dela.
— Sou eu, Joan. Desculpe-me se a acordei.
— Está tudo bem, Joan. Só que eu não a ouvi entrar.
— Eu soube que sua operação saiu muito bem — disse Joan, puxando uma
cadeira.
— Assim me disseram — falou Cassi. — E vou me sentir muito melhor
quando me tirarem estas vendas.
— Cassi — disse Joan. — Tenho novidades. Passei a tarde toda lutando
comigo mesma se eu devia lhe contar ou não.
— O que é? — perguntou Cassi, ansiosa. Seu primeiro pensamento foi o de
que um de seus pacientes tinha-se matado. O suicídio era uma preocupação
constante na Clarkson Dois.
— São más notícias.
— Eu já imaginava pelo tom de sua voz.
— Você acha que está bem para saber? Ou devo esperar mais?
— Você tem que me dizer agora. Se não disser, vou ficar preocupada.
— Bem, é sobre Robert Seibert.
Joan fez uma pausa. Ela podia imaginar o efeito que a notícia ia ter sobre sua
amiga.
— O que houve com Robert? — perguntou Cassi instantaneamente. —
Droga, Joan, não me deixe em suspense.
No fundo de sua mente, ela sabia o que Joan ia falar.
— Robert morreu na noite passada — disse Joan, estendendo a mão e
segurando a de Cassi.
Cassi ficou imóvel. Os minutos corriam: cinco, dez. Joan não tinha muita
certeza. O único sinal de vida em Cassi era sua respiração superficial e a força
com que ela agarrava a mão de Joan. Era como se Cassi estivesse segurando sua
própria vida. Joan não sabia o que dizer.
— Cassi, você está bem? — sussurrou ela por fim.
Para Cassi, a notícia era como que o golpe final. Era certo que todo mundo
se preocupava ao entrar no hospital, porém sem pensar com mais seriedade do
que alguém que espera ganhar a loteria se comprar um bilhete. Havia uma
chance, mas tão tremendamente pequena que não valia a pena pensar numa
fatalidade.
— Cassi, você está bem? — repetiu Joan.
Cassi suspirou.
— Diga-me o que foi que aconteceu.