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diabetes estava indelevelmente estampado em letras garrafais através de sua
testa. Convencera-se de que sua doença era um grande defeito que todo mundo
podia ver.
Nem sempre tinha sido assim. No ginásio, Cassi tentara reduzi-lo a um
pequeno aspecto de sua vida. Algo que podia isolar. E embora tivesse
consciência de seu remédio e de sua dieta, ela não queria insistir nisso.
No entanto, esta atitude tornava seus pais — e principalmente sua mãe —
compreensivelmente preocupados. Eles achavam que o único meio de Cassi ser
capaz de manter a disciplina que a doença exigia era transformá-la em sua
principal preocupação. Pelo menos essa era a maneira pela qual a Sra. Cassidy
havia tratado com o problema.
O conflito atingiu seu ponto crítico na época de sua promoção.
Cassi veio da escola para casa com excitação e expectativa. A promoção
seria comemorada num elegante country club local, seguida por um desjejum na
escola. Então, toda a classe iria para a praia de Nova Jersey, onde passaria o
resto da semana.
Inesperadamente, Cassi tinha sido convidada para sair por Tim Bartholomew,
um dos rapazes mais populares da escola. Ele havia falado com Cassi em várias
ocasiões após um curso de física a que ambos assistiam. No entanto, ele jamais
tinha convidado Cassi para sair, de modo que o convite foi uma surpresa total. A
excitação de sair com um rapaz agradável para o maior acontecimento social do
ano era quase demais para Cassi suportar.
O pai de Cassi foi o primeiro a saber da boa nova. Como professor de
geologia um tanto severo da Universidade de Columbia, ele não partilhava do
mesmo entusiasmo de Cassi, mas ficou satisfeito por ela se sentir feliz.
A mãe de Cassi ficou menos entusiasmada. Vindo da cozinha, ela disse a
Cassi que podia ir à comemoração, mas que devia voltar em casa para o
desjejum.
— Nessas festas eles não cozinham para diabéticos — disse a Sra. Cassidy
— e quanto a ir passar o fim de semana na praia, está completamente fora de
questão.
Sem esperar esta resposta negativa, Cassi viu-se despreparada para tratar
com ela. Em meio a lágrimas, ela protestou que havia demonstrado ser
responsável no que tocava à sua medicação e dieta e que lhe deviam permitir que
fosse.
A Sra. Cassidy foi inflexível, dizendo a Cassi que ela era a única a pensar no
seu bem-estar. E concluiu dizendo que Cassi devia aceitar o fato de que não era
uma pessoa normal.
Cassi berrou que era normal, tendo lutado emocionalmente com aquela