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Médico Ou Semideus - Robin Cook

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era um cubículo, e juntou as papeletas que estivera recolhendo. Ela só tinha

quatro pacientes, inclusive o Coronel Bentworth, e passara uma parte da tarde

examinando cuidadosamente suas papeletas e preparando cartões-índices de

mais ou menos 7,5 x l0cm para cada caso.

Com a bolsa de lona no ombro e as papeletas nos braços, Cassi desceu para o

posto das enfermeiras. Joel Hartman, que estava de serviço naquela noite, estava

sentado no posto, conversando com as duas enfermeiras. Cassi depositou as

papeletas em suas respectivas aberturas e disse boa-noite. Joel desejou-lhe um

bom fim de semana e mandou-a relaxar, porque ele devia ter os pacientes dela na

segunda-feira. Ele disse que sabia como lidar com Bentworth, pois havia servido

no Corpo de Treinamento dos Oficiais da Reserva no Colégio.

Enquanto descia para o primeiro andar, Cassi podia sentir que estava

começando a relaxar. Sua primeira semana na psiquiatria tinha sido um período

extenuante e difícil, um período que ela não gostaria de reviver.

Cassi tomou a passagem transversal interior para pedestres que dava para o

Edifício Profissional. O consultório de Thomas ficava no terceiro andar. Ela fez

uma parada do lado de fora da porta de carvalho polido, olhando para as

brilhantes letras de latão — THOMAS KINGSLEY, M.D., CIRURGIA

CARDÍACA E TORÁCICA — e experimentou um estremecimento de orgulho.

A sala de espera era muito bem decorada, com reproduções Chippendale e

um grande tapete de Tabriz. As paredes eram azuis e ornadas com arte original.

A porta que dava para o consultório interno era guardada por uma mesa de

mogno ocupada por Doris Stratford, enfermeira-recepcionista de Thomas.

Quando Cassi entrou, Doris ergueu os olhos por um instante, voltando depois

para sua máquina de escrever ao perceber de quem se tratava.

Cassi aproximou-se da mesa.

— Como vai Thomas?

— Ótimo — disse Doris, sem levantar os olhos do papel.

Doris jamais olhava Cassandra nos olhos. Mas, com o passar dos anos, Cassi

tinha-se acostumado ao fato de que sua doença incomodava algumas pessoas. E,

obviamente, Doris era uma delas.

— Quer dizer a ele que estou aqui? — pediu Cassi.

Cassi colheu um fugidio lampejo dos olhos castanhos de Doris. Havia uma

aura de petulância em sua expressão. Não o bastante para Cassi se queixar,

porém o suficiente para deixá-la perceber que Doris não apreciava a interrupção.

Ela não respondeu a Cassi, mas comprimiu o botão do intercomunicador e

anunciou que a Dra. Cassidy havia chegado. E retornou diretamente para a sua

máquina.

Recusando-se permitir que Doris a irritasse, Cassi acomodou-se sobre o divã

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