You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Só o pensamento das férias foi o bastante para deixar Cassi muitíssimo feliz.
Exceto pela sua lua-de-mel na Europa, durante a qual Thomas teve tempo para
operar e fazer palestras na Alemanha, eles jamais tinham estado fora juntos mais
do que um par de dias. Cassi ansiava pela viagem como uma criança de cinco
anos espera pelo Natal.
Até o Dr. Ballantine havia visitado Cassi durante sua permanência no
hospital. Sua superdose de insulina parecia tê-lo enervado particularmente e
Cassi imaginava se ele se sentia responsável por causa de suas conversas.
Quando ela tentava trazer à tona o assunto, ele se recusava a discuti-lo.
Mas o que realmente tornou o restante da hospitalização tão agradável foi
Thomas. Ele tinha estado tão relaxado nos últimos cinco dias, que Cassi pudera
até falar com ele sobre Robert. Ela havia perguntado a Thomas se realmente ela
o encontrara no quarto de Robert, na noite em que este morrera, ou se tudo não
passara de um sonho. Thomas riu e disse que, de fato, ele a encontrara ali no dia
anterior à sua operação. Ela havia sido intensamente sedada e parecera não saber
o que estava fazendo.
Cassi ficara aliviada por saber que todos os acontecimentos daquela noite
não haviam sido alucinações e, embora ainda questionasse certas lembranças
vagas, ela estava querendo atribuí-las à sua imaginação. Em especial depois que
Joan fez Cassi compreender o poder de seu próprio subconsciente.
— Muito bem — disse a Srta. Stevens, entrando afobada pelo quarto para
ver se Cassi já estava pronta. — Eis aqui seus remédios. Essas gotas são para uso
diário. E esta pomada é para aplicar na hora de dormir. Trouxe também um
punhado de curativos oculares. Alguma pergunta?
— Não — disse Cassi, levantando-se. Como já passava um pouco das onze,
Cassi pegou sua maleta e deixou-a no saguão, com o pessoal da cabine de
informações. Sabendo que Thomas estaria ocupado por, pelo menos, mais duas
horas, Cassi subiu no elevador para o departamento de patologia. Uma das vagas
lembranças que ela não quisera discutir com Thomas referia-se aos dados do
estudo de MSC. Ela podia lembrar-se de alguma coisa sobre os dados, porém
não estava muito clara, e a última coisa que ela queria fazer era indicar a Thomas
que ela ainda estava interessada naquele estudo.
Alcançando o nono andar, Cassi foi diretamente para o gabinete de Robert.
Só que não era mais de Robert. Havia um novo nome sobre a placa de aço
inoxidável sobre a porta. Dizia: Dr. Percey Frazer. Cassi bateu. Ouviu alguém
gritar que entrasse.
O aposento achava-se em agudo contraste com o modo pelo qual Robert o
mantinha. Havia pilhas de livros, revistas médicas e lâminas de microscópio por
toda a parte para a qual olhava. O chão estava literalmente cheio de folhas de