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— Você tem de se controlar. É importante para o seu olho.
— Eu me sinto tão só.
— Absurdo. Estou aqui com você. Você tem um bando de enfermeiras
atenciosas e está no melhor dos hospitais. Agora procure apenas relaxar.
— Não posso.
— Acho que você precisa de mais sedativos — disse Thomas.
Cassi ouviu Thomas falar com uma outra pessoa no quarto.
— Eu não quero tomar outra injeção — disse ela.
— Mas eu sou o médico e você é a paciente — retrucou Thomas.
Depois, Cassi ficou contente por ele haver insistido. Ela se sentiu embalada
por um sono piedoso enquanto Thomas lhe falava.
Thomas apertou o botão da campainha para chamar a enfermeira. Quando
esta chegou, ele levantou-se da posição em que se achava, empoleirado na cama.
— Esta noite quero que você lhe dê dois comprimidos para dormir. Ontem à
noite ela estava andando pelos corredores depois de tomar uma dose e
certamente não queremos que isso se repita hoje.
A enfermeira saiu e Thomas aguardou um pouco mais para se certificar de
que Cassi continuava a dormir. Dentro de minutos, sua boca abriu-se e ela
começou a ressonar com um som gutural indistinto. Thomas caminhou até a
porta, hesitou, depois voltou para a cômoda e abriu a gaveta de baixo. Conforme
ele esperava, os dados sobre MSC não haviam sido tocados. Diante das
circunstâncias, ele não queria que Cassi os pegasse tão logo seus curativos
fossem retirados.
Rapidamente, ele apanhou os papéis impressos pelo computador e meteu-os
debaixo do braço. Com um último olhar para Cassi, deixou o quarto e se dirigiu
para o posto das enfermeiras. Ali, pediu para falar com a enfermeira-chefe, Srta.
Bright.
— Receio que minha mulher não esteja suportando muito bem o stress —
falou, se desculpando.
A Srta. Bright sorriu para o Dr. Kingsley. Ela o conhecia profissionalmente
muito bem. Foi uma surpresa ouvi-lo admitir que alguém pudesse ter uma
fraqueza humana. Pela primeira vez, ela sentiu pena dele. Obviamente, o fato de
ter sua mulher internada no hospital causava-lhe também um stress.
— Nós cuidaremos bem de Cassi — disse ela.
— Não sou o médico dela e não quero interferir, mas, conforme disse para a
outra enfermeira, acho que, por motivos psicológicos, ela devia ser mantida sob
uma forte sedação.
Tratarei disso — disse a Srta. Bright. — E não se preocupe.
Cassi não podia se lembrar de haver jantado, embora a enfermeira que lhe