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Médico Ou Semideus - Robin Cook

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suas malucas histórias de viciado em drogas. Já não era o bastante, pensou

Thomas com raiva, ter ela ido ver sua mãe. Tinha também que procurar o chefe

do seu serviço. Thomas subitamente percebeu que Cassi poderia destruí-lo. Ela

era capaz de arruinar a carreira que ele levara toda a vida para construir.

Felizmente para Thomas, seu senso de preservação era mais forte do que a

raiva. Ele obrigou-se a pensar com uma lógica dura, fria, enquanto Ballantine

terminava.

— Eu gostaria de lhe sugerir que tirasse umas boas férias.

Thomas sabia que o chefe adoraria tê-lo fora do hospital, enquanto a turma

docente reduziria suas horas de cirurgia, mas conseguiu sorrir.

— Olhe, toda essa coisa está fugindo ao controle — falou Thomas

calmamente. — Talvez eu tenha trabalhado demais, mas isso é porque tenho

muito o que fazer. Quanto ao que se refere ao problema do olho de Cassandra,

claro que estou planejando passar um tempo com ela quando estiver

hospitalizada. Mas, realmente, compete a Obermeyer dizer a ela qual a melhor

maneira de tratar seus problemas retinianos.

Ballantine ia começar a falar, porém Thomas o interrompeu.

— Eu escutei você, agora você me escuta — disse Thomas. — Quanto a esta

ideia de que estou abusando de drogas. Você sabe que não bebo café, nunca me

dei com ele. Assim, é verdade que tomo uma Dexedrina de vez em quando. Mas

ela não faz mais efeito do que o café. Só que você não pode diluir a Dexedrina

com leite ou creme. Admito que há diferentes implicações sociais, em especial

se alguém a toma para fugir da vida, mas eu só a uso ocasionalmente, para

trabalhar com mais eficiência. E quanto ao que se refere ao Percodan e ao

Talwin, sim, tomo-os às vezes. Tenho propensão para enxaquecas desde que era

jovem. Eu não as tenho com frequência agora, mas quando isso acontece, a única

coisa que alivia é o Percodan ou o Talwin, às vezes um, às vezes o outro. E voulhe

dizer uma coisa. Sentir-me-ei feliz se você ou outro qualquer fizer uma

auditoria nos meus receituários. Você verá num instante a quantidade dessas

drogas que eu receito e para quem.

Thomas recostou-se na cadeira e cruzou os braços. Ele ainda estava

tremendo e não queria que Ballantine notasse.

— Bem — disse Ballantine, evidentemente aliviado. — Certamente isso

parece razoável.

— Você sabe tanto quanto eu — prosseguiu Thomas — que todos nós

tomamos um comprimido de vez em quando.

— É verdade — falou o Dr. Ballantine. — O problema surge quando um

médico perde o controle do número que ele toma.

— Mas aí, então, eles estão abusando da droga — falou Thomas. — Nunca

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