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Médico Ou Semideus - Robin Cook

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que Doris conservava ao pé da cama. Ele estava procurando sua roupa de baixo.

A luz estava mortiça. Resolvido a não se importar se ela acordaria ou não,

acendeu o abajur. Não era de admirar que ele não tivesse sido capaz de achar

suas cuecas. Ela havia atirado toda a roupa pelo quarto e as cuecas tinham-se

prendido nos puxadores de sua cômoda.

Depois de encontrar as roupas, Thomas apagou a luz, foi para a sala de estar

na ponta dos pés e vestiu-se rapidamente. Conservando-se o mais quieto

possível, ele saiu. Quando chegou na rua, consultou seu relógio. Era quase uma

hora da manhã.

Ele foi direto para seu quartinho na sala dos médicos, tirou as roupas que

acabara de pôr e vestiu um conjunto cirúrgico completo. Andando pelo corredor,

ele parou do lado de fora da única sala de operações que estava em uso. Amarrou

uma máscara, empurrou a porta e entrou. O anestesista contou a Thomas que o

paciente havia sofrido um aneurisma dissecante, consequente a uma tentativa de

cateterização naquela tarde.

Um dos cirurgiões abdominais da equipe estava atendendo o caso. Thomas

colocou-se atrás dele.

— Caso difícil? — perguntou, procurando ver dentro da incisão.

O médico voltou-se e reconheceu Thomas.

— Terrível. Não determinamos ainda até onde vai este aneurisma. Pode

estender-se para o tórax. Se for este o caso, você é um enviado de Deus. Estará

livre?

— Claro — disse Thomas. — É provável que eu tire uma soneca em meu

quartinho. Chame-me se precisar de mim.

Ele saiu da sala de operações e voltou, pelo corredor, para a sala dos

médicos. Três enfermeiras que vinham de terminar um caso estavam tirando uma

folga ali. Thomas acenou para elas e continuou a caminho de seu quarto.

Cassi passou um entardecer bastante agradável. Havia-se aplicado sua

insulina, comido um jantar sem sabor, tomado uma chuveirada, e assistido à

televisão. Ela tentara ler sua revista de psiquiatria, mas por fim tinha desistido,

vendo que não podia se concentrar. Às 10 horas havia tomado seu comprimido

para dormir, porém uma hora mais tarde estava bem acordada, tentando analisar

as consequências dos achados de Robert. Se havia realmente fluoreto de sódio

nas veias de Jeoffry Washington, então alguém no hospital era um assassino.

Considerando o fato de que ela estaria voltando da cirurgia na manhã seguinte,

grogue e indefesa, não era de admirar que esse pensamento a impedisse de

dormir.

Ela estava agitada, virando-se de um lado para o outro no escuro, quando

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