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— Quem é? — perguntou Andréa, buscando uma evidência da frenética
atitude por parte da equipe de enfermagem.
— Harwick — disse Trudy.
Rapidamente, o olhar de Andrea passou para a cama do desastre cirúrgico do
Dr. Ballantine. Não havia nenhuma enfermeira assistindo-o, o que não era
incomum. Nas últimas semanas, o Sr. Harwick vinha se comportando
excepcionalmente bem e estável.
— Chame o residente cirúrgico — disse Trudy. Mesmo enquanto o
observava, o ECG do Sr. Harwick estava se alterando para pior. — Vejam isso.
Ele vai ter uma parada cardíaca.
Ela apontava para a tela onde o ECG do Sr. Harwick estava revelando
alterações típicas antes que parasse ou degenerasse numa fibrilação ventricular.
— Devo fazer uma chamada pelo alto-falante? — perguntou Andrea.
As duas mulheres se entreolharam.
— O Dr. Ballantine disse que "nada de chamadas" — falou Trudy.
— Eu sei — retrucou Andrea.
— Isto sempre me dá uma sensação horrível — disse Trudy, tornando a olhar
para o ECG. — Eu bem que gostaria que não nos colocassem nesta posição. Isso
não é justo.
Enquanto Trudy observava, o ECG foi-se aplainando com um ou outro bip
ocasional. O Sr. Harwick tinha morrido.
— Chame o residente — falou Trudy, zangada.
Ela contornou a extremidade da mesa da UTI e se aproximou do leito do Sr.
Harwick. A bolsa do respirador ainda estava enchendo e esvaziando seus
pulmões, dando-lhe a aparência de vida.
— Certamente você não vai ficar excitada caso se precise fazer uma cirurgia
— disse Andrea, desligando o telefone.
— Fico a imaginar o que saiu errado. Ele estava tão estável — comentou
Trudy.
Trudy desligou o respirador. O silvo cessou. O peito do Sr. Harwick desceu e
ficou parado.
Andrea estendeu a mão e desligou a intravenosa.
— Provavelmente está bem assim. Agora a família pode se ajustar e
continuar com suas vidas.