Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
— Acho que é como você deseja.
Cassi tentou objetar.
— Por favor, não vamos fazer uma cena — gritou Thomas. E depois, com a
voz mais controlada: — Sairemos dentro de uma hora. Você é quem está com um
aspecto horrível. Seu cabelo está em desalinho. Espero que esteja planejando dar
um jeito nele.
— Darei — disse Cassi. — Thomas, eu não quero que briguemos. Isso me
aterroriza.
— Não vou me meter nesse tipo de discussão — retrucou bruscamente
Thomas. — Não agora. Esteja pronta em uma hora.
Correndo para o seu estúdio, ele foi diretamente para o banheiro,
murmurando coisas sobre o egoísmo de Cassi. Ele lhe havia falado muito
especificamente sobre a festa e por que ela era importante, porém ela havia
esquecido convenientemente porque estava cansada demais!
— Por que tenho de tolerar isso? — falou ele, passando a mão por sua barba:
Tirando seus apetrechos de barbear, Thomas ensaboou o rosto. Cassi estava
se tornando mais do que uma fonte de irritação. Estava se tornando uma carga.
Primeiro os problemas com seu olho, depois a preocupação com o fato de ele
tomar uma droga ocasional e agora sua associação com o provocativo artigo de
Seibert.
Thomas começou a se barbear, com golpes curtos e irritados. Estava
começando a se sentir como se todo mundo estivesse contra ele, tanto em casa
quanto no hospital. No trabalho o principal ofensor era George Sherman, que
estava constantemente solapando-o com toda aquela suposta merda de ensino.
Só de pensar nisso, Thomas ficou tão frustrado que atirou seu aparelho de
barbear no boxe com toda a força que pôde reunir. Ele ricocheteou pelas paredes
de azulejos, fazendo um grande ruído antes de parar junto ao ralo.
Deixando-o onde ficou, Thomas entrou no chuveiro. A água corrente sempre
tendia a acalmá-lo e, após permanecer sob a ducha por alguns minutos, sentiu-se
melhor. Enquanto se enxugava, ele ouviu a porta de seu estúdio abrir-se.
Esperando que fosse Cassi, não se deu ao incômodo de olhar, mas quando
passou para o banheiro já pronto, abriu a porta para encontrar Patricia sentada
em sua poltrona.
— Você não me ouviu entrar? — perguntou ela.
— Não — disse Thomas. Era mais fácil mentir. E se dirigiu para o armário
embaixo das estantes dos livros, onde vinha guardando algumas de suas roupas.
— Ainda me lembro de quando você costumava me levar a essas festas do
hospital — falou Patricia, queixosa.
— Você será bem-vinda se vier — disse Thomas.