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Médico Ou Semideus - Robin Cook

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braços antes que a Srta. Rossi pudesse alcançá-la. Com alívio, a menina sentouse

na privada. A Srta. Rossi parou, pondo as mãos na cintura, e esperou com uma

expressão que dizia: "É melhor você urinar, ou..."

Cassi urinou. Começou a fazê-lo e continuou pelo que parecia ser um tempo

interminável. A expressão zangada da Srta. Rossi abrandou-se.

— Por que você não foi ao banheiro durante o recreio? — perguntou ela.

— Eu fui — retrucou Cassi queixosamente.

— Não acredito em você — disse a Srta. Rossi. — Não acredito. E esta

tarde, depois das aulas, vamos até o gabinete do Sr. Jankowski.

De volta à classe, a Srta. Rossi fez Cassi sentar-se ao seu lado. Ela podia

lembrar-se ainda da tontura que a acometeu.

Primeiro, não pôde ver o quadro-negro. Depois, experimentou uma sensação

estranha que a envolvia e achou que ia vomitar. Mas não o fez. Em vez disso,

desmaiou. A próxima coisa de que Cassi tomou conhecimento foi que estava no

hospital. Sua mãe inclinava-se sobre ela. E dizia a Cassi que ela estava com

diabetes.

Cassi voltou-se para Joan, trazendo sua mente para o presente.

— Fui hospitalizada quando tinha nove anos — disse Cassi apressadamente,

esperando que Joan não houvesse notado o fato de que ela estivera sonhando

acordada. — Então, foi feito o diagnóstico.

— Deve ter sido um tempo difícil para você — comentou Joan.

— Não foi tão ruim. Sob certos aspectos, foi um alívio saber que os sintomas

que eu apresentava tinham uma base física. E, uma vez que os médicos

estabeleceram minhas exigências de insulina, senti-me muito melhor. Quando

cheguei à adolescência já estava habituada a aplicar-me as injeções duas vezes

por dia. Ah, aqui estamos nós. — Cassi fez sinal para que elas saíssem do

elevador.

— Estou impressionada — falou Joan com sinceridade. — Duvido que

pudesse continuar meu treinamento médico se fosse diabética.

— Estou certa de que você seria — disse Cassi casualmente. — Todos nós

somos mais adaptáveis do que achamos.

Joan não soube se concordava ou não, mas deixou correr a conversa.

— E quanto ao seu marido? Tenho conhecido vários cirurgiões em minha

vida. Espero que ele seja compreensivo e lhe dê apoio.

— Oh, sim, ele é — disse Cassi, mas respondeu depressa demais para a

mente analítica de Joan.

A Patologia era o seu próprio mundo, completamente separado do resto do

hospital. Como residente da Psiquiatria Joan não visitava o andar nos dois anos

em que estava no Boston Memorial. Ela se preparara para o ambiente escuro, do

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