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Médico Ou Semideus - Robin Cook

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êmbolo da seringa, Jerry viu que entrava sangue na mesma. Confiante em que

estava dentro do coração, Jerry injetou. E fez sinal para que Peter recomeçasse a

comprimir o peito de Bruce e para que Rose tornasse a inflar os pulmões.

Ainda assim, não ocorreu qualquer atividade cardíaca. Ao abrir a parte

externa do pacote esterilizado, contendo um eletrodo marca-passo transvenoso,

ele desejou jamais ter começado a decifrar a charada. Intuitivamente, sabia que o

paciente tinha ido longe demais. Mas agora que havia começado, precisava

acabar.

— Vou precisar de um intercateter de calibre 14 — falou Jerry. Com uma

esponja de algodão embebida em betedine, ele começou a preparar o sítio de

entrada, ao lado esquerdo do pescoço de Bruce.

Quer que eu faça isso? — perguntou o cirurgião residente, falando pela

primeira vez.

— Acho que o temos sob controle — disse Jerry, tentando projetar mais

confiança do que sentia.

Pamela começou a ajudá-lo a calçar um par de luvas cirúrgicas. Eles estavam

prestes a descobrir o paciente quando uma figura apareceu na porta, empurrando

o acadêmico. A atenção de Jerry foi atraída pela reação do cirurgião residente: o

puxa-saco fazia tudo, menos saudar. Até as enfermeiras haviam

perceptivelmente se empertigado quando Thomas Kingsley, o mais renomado

cirurgião cardíaco do hospital, entrou a passos largos no quarto.

Ele vestia roupas cirúrgicas e, evidentemente, vinha direto da sala de

operações. Aproximou-se do leito e, delicadamente, pousou a mão no antebraço

de Bruce, como se, através de um simples toque, pudesse adivinhar qual o

problema.

— O que você está fazendo? — perguntou ele a Jerry.

— Estou introduzindo um marca-passo transvenoso — respondeu Jerry,

abalado e impressionado pela presença do Dr. Kingsley. Em geral, os membros

da equipe não atendiam a paradas cardíacas, em especial no meio da noite.

— Parece que a parada cardíaca é total — disse o Dr. Kingsley, passando

uma volumosa quantidade da fita do ECG por suas mãos. — Não há qualquer

evidência de bloqueio atrioventricular. A chance de um marca-passo transvenoso

ter sucesso é infinitamente pequena. Acho que está perdendo o seu tempo. —

Então, o Dr. Kingsley tomou a pulsação de Bruce na virilha. Olhando para Peter,

que a esta altura estava suando, o Dr. Kingsley disse: — O pulso está forte. Você

deve estar fazendo um bom trabalho. — E, virando-se para Pamela, concluiu: —

Tamanho oito, por favor.

Pamela apresentou as luvas sem demora. O Dr. Kingsley calçou-as e pediu o

bisturi do carro de curativos.

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