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Thomas desapareceu no banheiro de comunicação, tendo o cuidado de fechar
a porta calmamente. Cassi ouviu a descarga da privada. Quando ele reapareceu,
tornou a beijá-la e lhe disse que telefonaria após a cirurgia, se não fosse muito
tarde.
Depois de uma rápida parada no estúdio, bem como na sala de estar e na
cozinha, Thomas ficou pronto para sair.
Com Cassi em casa, chegada do hospital, há muitos dias que Thomas não se
sentia tão bem. Chegou a considerar a operação que ia fazer, esperando que fosse
um caso desafiador. Mas antes de se pôr a caminho, ele tinha mais uma tarefa a
cumprir: ver sua mãe.
Thomas tocou a campainha e esperou, enquanto Patricia descia as escadas.
Ela ficou satisfeita de vê-lo até que ele lhe disse que estava voltando diretamente
para o hospital.
— Trouxe Cassi para casa hoje — disse ele.
— Bem, você sabe que Harriet não está em casa. Espero que não pense que
vou cuidar dela.
— Ela está ótima, mãe. Só quero que você a deixe sozinha. Não quero que
você vá lá esta noite e a perturbe.
— Não se preocupe. Certamente não irei aonde não sou querida — retrucou
Patricia, rabugenta até o fim.
Thomas afastou-se sem dizer mais nada. Minutos depois, ele entrou em seu
carro e, após enxugar as mãos no trapo que trazia debaixo do assento da frente,
ligou o motor. Ele antecipou a viagem até Boston, sabendo que haveria pouco
tráfego. Cuidadosamente, trouxe o poderoso carro para o estimulante ar da tarde.
Chegando ao hospital, Thomas ficou satisfeito em encontrar uma vaga perto
da cabine do atendente. Soltou um alto alô enquanto saltava do carro. Entrou no
hospital e tomou o elevador diretamente para o departamento de cirurgia.
Ao se aproximar o entardecer, Cassi deixou que a pálida luz invernosa fosse
se desvanecendo sem acender o abajur. Ela observava o mar varrido pelo vento
passar de um azul pálido para o cinzento metálico. Ainda com as passagens de
avião em seu colo, esperava que, assim que houvessem saído, ela e Thomas
pudessem discutir sinceramente o problema do vício dele. Ela sabia que a
consideração e o reconhecimento eram mais do que a metade do problema.
Tentando assumir uma atitude positiva, Cassi fechou os olhos e conjurou visões
de longas conversas na praia e o início de todo um novo relacionamento. Ainda
cansada de suas provações no hospital, ela adormeceu.
Já estava completamente escuro quando Cassi acordou. Ela podia ouvir o
vento fazendo chocalhar as janelas de tempestade e a firme batida da chuva no