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— Não se sabe com certeza — disse Joan, aliviada por ouvir Cassi falar. —
E não conheço todos os detalhes. Aparentemente, ele morreu durante o sono. As
enfermeiras me contaram que a autópsia revelou que ele sofria de um mal
cardíaco mais grave do que alguém jamais suspeitara. Suponho que ele teve um
ataque cardíaco, mas não tenho certeza.
— Oh Deus! — exclamou Cassi, lutando com as lágrimas.
— Lamento trazer notícias tão más para você. Achei que, se fosse de outro
modo, eu gostaria de saber.
— Ele era um homem maravilhoso — disse Cassi. — E que bom amigo.
A notícia foi tão opressiva que, de repente, Cassi ficou sem qualquer
emoção.
— Posso fazer qualquer coisa por você? — perguntou Joan, solícita.
— Não, muito obrigada.
Seguiu-se um silêncio que fez Joan sentir-se muito desconfortável.
— Você tem certeza de que está tudo bem? — perguntou ela.
— Eu estou ótima, Joan.
— Você quer falar sobre como está se sentindo? — perguntou Joan.
— Agora não. Agora eu não sinto nada.
Joan pôde sentir que Cassi havia-se recolhido. Ela questionou a conveniência
de haver contado o fato a Cassi, mas o que estava feito estava feito. Ela ficou
sentada durante algum tempo, segurando a mão de Cassi. Então saiu, voltando-se
na porta para desejar uma boa noite à amiga.
No caminho para ir embora, ela parou no posto das enfermeiras e falou com
a enfermeira-chefe. Disse-lhe que vira Cassi como amiga, não para consultá-la,
mas que devia deixar claro que Cassi estava extremamente deprimida devido à
morte de um amigo. Talvez as enfermeiras devessem vigiá-la bem.
Cassi permaneceu imóvel por um longo tempo. Ela não fez objeção quando
Joan saiu, mas agora sentia-se muitíssimo só. Ficou a recordar o pesadelo que
tinha quando criança, no qual sua mãe a enviava de volta ao hospital para trocála
por uma criança sadia.
Em pânico, Cassi buscou o botão da campainha de chamada. Ela esperava
que logo aparecesse alguém para ajudá-la.
— Que é, Dra. Cassidy? — perguntou uma enfermeira que entrou no quarto
alguns minutos mais tarde.
— Estou em pânico — disse Cassi. — Não posso tirar as vendas dos olhos.
Quero tirá-las.
— Sendo médica, a senhora sabe que não podemos fazer isso. É contra as
ordens. Vou lhe dizer o que posso fazer — disse a enfermeira. — Vou chamar
seu médico. Que tal a senhora acha disso?