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Médico Ou Semideus - Robin Cook

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— Não se sabe com certeza — disse Joan, aliviada por ouvir Cassi falar. —

E não conheço todos os detalhes. Aparentemente, ele morreu durante o sono. As

enfermeiras me contaram que a autópsia revelou que ele sofria de um mal

cardíaco mais grave do que alguém jamais suspeitara. Suponho que ele teve um

ataque cardíaco, mas não tenho certeza.

— Oh Deus! — exclamou Cassi, lutando com as lágrimas.

— Lamento trazer notícias tão más para você. Achei que, se fosse de outro

modo, eu gostaria de saber.

— Ele era um homem maravilhoso — disse Cassi. — E que bom amigo.

A notícia foi tão opressiva que, de repente, Cassi ficou sem qualquer

emoção.

— Posso fazer qualquer coisa por você? — perguntou Joan, solícita.

— Não, muito obrigada.

Seguiu-se um silêncio que fez Joan sentir-se muito desconfortável.

— Você tem certeza de que está tudo bem? — perguntou ela.

— Eu estou ótima, Joan.

— Você quer falar sobre como está se sentindo? — perguntou Joan.

— Agora não. Agora eu não sinto nada.

Joan pôde sentir que Cassi havia-se recolhido. Ela questionou a conveniência

de haver contado o fato a Cassi, mas o que estava feito estava feito. Ela ficou

sentada durante algum tempo, segurando a mão de Cassi. Então saiu, voltando-se

na porta para desejar uma boa noite à amiga.

No caminho para ir embora, ela parou no posto das enfermeiras e falou com

a enfermeira-chefe. Disse-lhe que vira Cassi como amiga, não para consultá-la,

mas que devia deixar claro que Cassi estava extremamente deprimida devido à

morte de um amigo. Talvez as enfermeiras devessem vigiá-la bem.

Cassi permaneceu imóvel por um longo tempo. Ela não fez objeção quando

Joan saiu, mas agora sentia-se muitíssimo só. Ficou a recordar o pesadelo que

tinha quando criança, no qual sua mãe a enviava de volta ao hospital para trocála

por uma criança sadia.

Em pânico, Cassi buscou o botão da campainha de chamada. Ela esperava

que logo aparecesse alguém para ajudá-la.

— Que é, Dra. Cassidy? — perguntou uma enfermeira que entrou no quarto

alguns minutos mais tarde.

— Estou em pânico — disse Cassi. — Não posso tirar as vendas dos olhos.

Quero tirá-las.

— Sendo médica, a senhora sabe que não podemos fazer isso. É contra as

ordens. Vou lhe dizer o que posso fazer — disse a enfermeira. — Vou chamar

seu médico. Que tal a senhora acha disso?

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