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roupas para um lado, buscando nas prateleiras do fundo. Ali estava a maleta!
Cassi puxou a maleta para baixo e levou-a para sua mesa. Abrindo o fecho,
ela retirou seu conteúdo, que incluía um frasco de glicose diluída em água. Com
as mãos trêmulas, ela retirou um pouco e injetou-se. O ato surtiu pouco ou
nenhum efeito. O tremor estava piorando. Até sua visão estava se alterando.
Freneticamente, Cassi agarrou algumas ampolas de glicose a 50 por cento
para injeção endovenosa. Com grande dificuldade, aplicou um torniquete em
torno de seu braço esquerdo. Então, com a mão espástica, conseguiu enfiar uma
agulha tipo borboleta numa das veias do dorso da mão esquerda. O sangue
esguichou da extremidade aberta da agulha, porém ela não lhe deu atenção.
Afrouxando o torniquete, adaptou o tubo da ampola endovenosa. Quando ela
manteve a ampola acima de sua cabeça, o líquido claro correu e empurrou o
sangue para trás, para dentro de sua mão, e começou a se escoar livremente.
Cassi esperou um momento. Com a glicose correndo, ela sentiu-se um pouco
melhor e sua visão imediatamente voltou ao normal. Equilibrando a ampola
entre a cabeça e o ombro, Cassi colocou algumas tiras de esparadrapo no local
em que a agulha havia penetrado a pele. O esparadrapo não segurou muito bem
por causa do sangue. Então, segurando a ampola endovenosa na mão direita, ela
correu para o quarto de dormir, levantou o receptor do telefone e discou 911.
— Preciso de uma ambulância... — começou Cassi a dizer, mas a pessoa que
estava na outra extremidade da linha interrompeu-a falando:
— Alô, alô!
— Está em ouvindo? — perguntou Cassi.
— Alô, alô!
— Está me ouvindo? — gritou Cassi, entrando novamente em pânico.
Cassi podia ouvir a pessoa na outra ponta da linha dizer alguma coisa a um
colega. Depois a chamada foi desligada.
Cassi tentou de novo com o mesmo resultado. Então, discou para a
telefonista. Foi o mesmo problema de enlouquecer. Ela podia ouvi-los, mas eles
não a ouviam.
Segurando a segunda ampola de glicose com a mão esquerda, e carregando a
que estava se escoando acima de sua cabeça, Cassi correu pelo corredor, com as
pernas bambas, para o escritório de Thomas.
Para horror seu, o telefone dele também não funcionava. Ela continuava a
ouvir a outra parte dizendo em vão alô, mas era óbvio que não a podiam ouvir.
Desfazendo-se em lágrimas, ela bateu o telefone e pegou a segunda ampola de
injeção endovenosa.
O pânico de Cassi crescia na medida em que lutava para descer as escadas
sem cair. Ela experimentou os telefones da sala de estar e da cozinha sem