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Médico Ou Semideus - Robin Cook

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Como de hábito, Thomas dirigia descuidadamente e, quando alcançaram

Storrow Drive, firmou-se contra a porta devido à fechada curva à esquerda que

os levaria a Weston. Em vez disso, Thomas girou para a direita e Cassi teve de se

agarrar ao painel para não cair em cima dele. Ele deve ter feito isso por hábito,

pensou Cassi.

— Thomas — disse ela. — Nós estamos nos dirigindo para casa em vez de

para o Vickers.

Thomas não respondeu.

Cassi voltou-se para olhá-lo. Ele parecia estar segurando o volante com uma

força terrível, na medida em que o velocímetro ia avançando pouco a pouco.

Estendendo o braço, Cassi colocou a mão no pescoço dele, massageando seus

músculos tensos. Ela queria acalmá-lo, pois sentia que ele estava começando a se

enraivecer.

— Thomas, que é que há? — perguntou Cassi, tentando controlar seu medo.

Thomas não respondeu, dirigindo o carro como se fosse um autômato. Eles

subiram a rampa, inclinaram-se e entraram nas múltiplas pistas da Interestadual

93. Àquela hora da manhã não havia muito tráfego e Thomas deixava o carro

seguir.

Cassi virou-se para ele o máximo que lhe permitia seu cinto de segurança.

Deixou a mão correr pelo lado de Thomas, sem saber o que fazer. Seus dedos

tocaram em algo agudo no bolso do jaleco de Thomas. Antes que ele pudesse

reagir, Cassi enfiou a mão e tirou um pacote aberto de insulina de 500 unidades

U500.

Thomas arrancou bruscamente o pacote da mão dela, tornando a pô-lo no

bolso.

Cassi virou-se e viu a estrada que corria desconcertantemente em sua

direção. Sua mente disparava quando ela começou a entender a causa de sua

última reação à insulina. Havia apenas uma razão para que Thomas tivesse a

insulina U500. Era uma droga raramente usada. Ele devia ter substituído sua

insulina U100 por uma droga mais concentrada, obrigando-a a se injetar cinco

vezes a dosagem normal. Teria sido bastante fácil de fazer, forçando uma seringa

através da vedação do frasco, do mesmo modo como ela retirava sua dose

regular. Se não fosse por sua solução de glicose, ela estaria em coma agora, ou

talvez pior. E o episódio do hospital? Ela não estava sonhando quando sentira o

cheiro da água-de-colônia Yves St. Laurent. Mas por quê? Porque ela, como

Robert, estava analisando os dados das mortes súbitas. De repente, tornou-se

claro que o comportamento de Thomas, antes de deixarem o hospital, tinha sido

um truque. Com horror, ela percebeu que Ballantine devia ter pensado que era

ela quem estava mentalmente perturbada e não Thomas.

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