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Linha Direta do Alem (Francois Brune e Remy Chauvin)

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Os companheiros imaginários

Vimos que Jung tinha dois companheiros imaginários,

Filemon e Ka, com os quais podia dialogar. Ele acreditava

que sua origem se encontrava fora do espírito consciente

ou inconsciente, em um ego exterior ou maior...

Companheiros imaginários desse gênero são bastante

freqüentes junto a escritores. Um homem de negócios americano,

como era de se esperar, criou para si um areópago

completo, formado por conselheiros internos, dentre os

quais Lincoln, Emerson, e vários outros, que não apenas

acorriam a seu apelo, aconselhando-o em seus negócios (!),

mas que também dialogavam entre si de maneira bastante

entusiasmada. Tanto que ele acabou assustado e pôs fim

àquelas assembléias que o incomodavam. Um caso bem

conhecido é o de Alice Walkers, autora de ‚A Cor Púrpura

‛, que sentiu que seus personagens tentavam lhe falar.

Eles acabaram conseguindo, isoladamente ou em grupo. E

chegavam a engajar uma conversação entre si... Pareciamlhe

autônomos, na medida em que chegavam inesperadamente,

e nunca se podia prever o que diriam... Ouso citar

um exemplo pessoal, pois experimento um fenômeno bastante

surpreendente quando escrevo uma obra de ficção

científica: sinto-me totalmente incapaz de escrever o que

quer que seja, a caneta cai de minha mão, se não escrevo na

primeira pessoa. Mas se me coloco pessoalmente nas situações

mais impossíveis, sinto como se as estivesse vivendo

verdadeiramente, e basta-me, então, escrever o que estou

vendo...

Os judeus conhecem bem o fenômeno da voz interior, o

inaggid, que às vezes dá ao rabino sábios conselhos para a

interpretação da Tora.

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