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Linha Direta do Alem (Francois Brune e Remy Chauvin)

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vê no cérebro apenas conexões neuronais. A consciência

(cuja existência não podemos, afinal, negar!) não teria

qualquer poder explicativo nas experiências paramortais.

Notemos, logo de início, que caímos na impossibilidade de

explicar a própria gênese da ciência do cérebro: pois a

que ela é devida, se não ao desejo de saber que tem o

experimentador? e de onde vem o desejo, se não da consciência

? Voltaremos a esse ponto. Meus uma outra tendência,

a ‚dualista ”, oposta à tendência ‚monista ” sobre a qual

acabamos de falar, considera que a consciência depende, é

certo, do cérebro, pelo menos para se manifestar ao exterior.

Mas que ela o transcende de diversas maneiras.

Portanto, os monistas pensam que a síndrome paramortal

é devida simplesmente à morte do cérebro, ocorrida por

privação de oxigênio, o que acarreta diversas conseqüências.

A teoria apóia-se nos seguintes argumentos:

1. A experiência do túnel negro no qual o moribundo

penetra, e ao final do qual ele vê a luz, seria uma conseqüên -

cia direta da anoxia, ou seja, da falta de oxigênio.

2. Quando o cérebro não está à beira da morte, e quando

não há anoxia, a experiência do túnel pode ser atribuída à

liberação de endorfinas (substâncias vizinhas da morfina,

mas segregadas pelo cérebro para amenizar a dor. Elas são

responsáveis, em particular, pela sensação especial experimentada

pelos atletas ao final de uma corrida: uma nítida

sensação de bem-estar). Essas substâncias poderiam ser, ao

mesmo tempo, responsáveis pela ‚revista geral da vida ” que

acontece em alguns casos com a rapidez de um raio. Seria,

talvez, um efeito das endorfinas no lobo temporal do cérebro.

Pode-se citar, a esse respeito, a série de experiências de

Penfield que, estimulando eletricamente o lobo temporal,

provocava nos sujeitos reminiscências de extraordinária

precisão, mesmo que fossem muito antigas.

3. As experiências paramortais parecem reais para o

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