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Linha Direta do Alem (Francois Brune e Remy Chauvin)

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biologia geral, mecanismos de fineza e complicação extremas,

que bem parecem ser devidos à intervenção de uma

inteligência e de uma vontade.

Devemos, então, falar de Deus? Por certo que não,

pois, mesmo sendo justificada em última análise, trata-se

de uma hipótese inútil na prática, visto que esgota a pesquisa.

Nosso trabalho consiste em demonstrar mecanismos, ou

como diriam os filósofos, em analisar as causas segundas,

sem nos ocuparmos da causa primeira. Nossas técnicas não

são apropriadas para exercer essa última tarefa. Mas

parece-nos, ao menos em uma primeira hipótese verossímil,

que há na natureza alguma inteligência e alguma vontade...

Mas como trabalha, então, a evolução, se adotamos - ao

menos provisoriamente - essa maneira de encarar os

fatos ?

Parece-me que, para levar o raciocínio mais adiante,

basta procurar ver como trabalha a nossa própria vontade...

Antes de mais nada, ela é inconsciente dos mecanismos que

põe em movimento. Ela é uma coisa que quer, e só. Nós

queremos levantar o braço, e não sabemos como é preciso

fazer, ou seja, quais mecanismos devem entrar em ação. O

querer nos basta, e nosso braço se levanta. A vontade é

também programadora: pois o próprio ato de querer põe em

jogo complicados mecanismos, programas específicos. A

vontade escolhe, tria, põe em ação diversos programas. Mas

eles, em si mesmos, não interessam a ela: só o objetivo

conta. O que não podemos fazer com nosso braço direito,

faremos com o esquerdo; ou, em caso de necessidade,

pondo os pés em ação, se os braços estiverem paralisados

(alguns pintores paralíticos dos dois braços pintam com

os pés... e muito bem).

Essas diversas características podem ser encontradas

na natureza? Claro! Por exemplo, no ato de voar. É certo

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