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Linha Direta do Alem (Francois Brune e Remy Chauvin)

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orísticos transformados em verdades científicas... Isso me

faz lembrar das palavras de Whitehead a respeito da noção

de objetivo ou de desígnio no mundo: ‚O pesquisador que

persegue o objetivo de demonstrar que a natureza não tem

objetivo parece-me já ser um interessante objeto de estudo.

FRANÇOIS BRUNE: Não é certo, ao que me parece,

que o cérebro desempenhe um grande papel quando de tais

experiências paramortais, pelo simples fato, na minha

opinião, de o sujeito em questão estar verdadeiramente

morto: de morte provisória, mas morto.

Naturalmente, em si, diferentes terminologias são igualmente

legítimas. Podemos considerar (é a opinião que hoje

domina) que a idéia de irreversibilidade, de definitivo, faz

parte intrínseca da noção de morte. Nesse caso, evidentemente,

não pode haver morte provisória. Mas acho que é o

nosso próprio conceito de morte, exatamente, que o estudo

recente dessas experiências paramortais nos leva a rever.

Acredito que a consciência que percebe um pé de tênis em

um parapeito de janela não está de fato, fisicamente, no

cérebro. O elo com o corpo ainda não está desfeito. E por

esse motivo, no caso em questão, a morte é apenas provisória.

Sabemos por Robert Monroe que, quando de tais

viagens fora do corpo, uma posição desconfortável desse

mesmo corpo, ou uma vontade de urinar, podem por vezes

representar um chamamento imperioso para que o viajante

volte a seu lugar de origem. Há ainda, portanto, um elo entre

os dois. Mas a consciência que vê o tênis no peitoril de uma

janela já escapa dos limites de seu invólucro carnal, e encontra-se

em um outro espaço. É difícil imaginar que, para

exercitar-se nessas novas condições, ela deva ainda recorrer

ao cérebro.

Quando da morte definitiva, quando há rompimento

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