a conversa 30 ainda uma união política. Esse é o problema. Se quisermos determinar o nosso destino coletivo, precisamos de ganhar capacidade política que, neste momento, não temos. Deixar de pensar a 27 e começar a pensar como uma única entidade? Exatamente. A pandemia e a guerra estão a acabar com a globalização económica e a reforçar a globalização digital? Não sei. O que vejo – com as reações ao TikTok nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e a forma como, na China, também não entram certos produtos e serviços digitais – é que nos merca<strong>do</strong>s digitais há uma barreira entre quem acredita numa internet livre e quem acredita num mun<strong>do</strong> digital fecha<strong>do</strong> e controla<strong>do</strong> pelos Esta<strong>do</strong>s. Portanto, não acho que exista propriamente globalização. Aquilo que determina esta “desglobalização”, ou esta fragmentação, é a constatação de que a China e a Rússia não partilham <strong>do</strong>s nossos valores. O modelo de economia global que construímos nos últimos 30 anos – que criou a ideia de que tínhamos uma espécie de contexto que favorecia a paz e a convivência pacata entre nações partilhan<strong>do</strong> os mesmos valores – não tem razão de ser. Portanto, é preciso repensar tu<strong>do</strong>. A globalização foi uma escolha política feita há 30 anos, depois <strong>do</strong> fim da Guerra Fria, pensan<strong>do</strong> que isso facilitaria a paz mundial. Mas hoje sabemos que não é assim. Como é que imagina a Europa <strong>do</strong> pós guerra? Mais forte e mais unida? Ou a Europa sai disto mais unida e com mais capacidade política, ou vai entrar num grande perío<strong>do</strong> de decadência. Não apenas de decadência relativa. Aquela decadência de não sermos capazes de manter o nível de bem-estar a que as populações europeias se habituaram. Para que tal não aconteça, precisamos de capacidade política. O grande problema que temos é que a atual forma de funcionamento europeia torna difícil tomar decisões e fazer as reformas de que precisamos no processo de decisão. Temos, dentro da união Europeia, perspetivas muito diferentes sobre o que deve ser o futuro. Isso preocupa-me. É a coisa que me preocupa mais. “As nossas elites comprazem-se em ser cada vez mais sofisticadas e elegantes a dizer mal <strong>do</strong> país, como se o país não tivesse esperança” O que precisamos de mudar? Precisarmos de ter capacidade orçamental reforçada para fazermos investimentos. Veja-se, por exemplo, as ligações energéticas ou ferroviárias. Diz-se assim: “Vamos fazer estas ligações de infraestruturas entre os esta<strong>do</strong>s membros, mas cada um paga a sua parte”. Mas depois, quan<strong>do</strong> algum país não quer, não avançam. Portanto, precisamos de ter capacidade de decisão e execução orçamental, capacidade política a nível central. Isso implica que a União Europeia tenha capacidade orçamental acrescida. Sou, por exemplo, adepto de haver um subsídio de desemprego europeu. Não sei se a Segurança Social não deveria ser europeia, porque os meus filhos estão a pagar as pensões <strong>do</strong>s holandeses. Estão a descontar, mas não para a Segurança Social <strong>do</strong>s portugueses. Esse é um problema. Essa é uma ideia da Europa muito diferente. Se temos liberdade de circulação de pessoas e um merca<strong>do</strong> único, isso significa que os cidadãos europeus vão para as regiões que criam mais e melhor emprego e, a meu ver, desejável. portanto, as regiões mais pobres têm menos capacidades de gerar recursos para sustentar as suas populações. Se nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s não houvesse uma Segurança Social federal, as pensões das pessoas <strong>do</strong> Missouri ou <strong>do</strong> Arkansas não eram pagas. É um caminho a fazer? É uma evolução possível e, Porque é que aceitou este desafio de presidir ao <strong>Congress</strong>o da APDC? Apesar <strong>do</strong>s lamentos, <strong>fazem</strong>os <strong>coisas</strong> <strong>excecionais</strong> a nível tecnológico. É bom termos um momento de celebração deste caminho. Quan<strong>do</strong> era ministro da Economia, não tinha a responsabilidade das telecomunicações, mas tinha a clara noção de que não seríamos competitivos se não tivéssemos tecnologias de comunicação e de informação de primeiro mun<strong>do</strong>. Neste senti<strong>do</strong>, como vê o papel de associações como a APDC? São gera<strong>do</strong>res de ecossistemas. Organizações onde os diversos stakeholders numa cadeia de valor se sentam à mesma mesa para facilitar as discussões que têm mesmo de acontecer. O que uma associação como a vossa faz, é criar pontos de diálogo e de contacto.•
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