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COMUNICAÇÕES 246 - Presidente do 32º Digital Business Congress - TIC fazem coisas excecionais

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que acederam alegremente a viver para trabalhar, os Y<br />

aprenderam, ao ver exemplos entre os mais velhos, que<br />

nem to<strong>do</strong>s os que dão o corpo e a alma pelo trabalho<br />

são bem-sucedi<strong>do</strong>s. Por isso, trouxeram para cima da<br />

mesa o tema <strong>do</strong> work-life-balance.<br />

É neste contexto que entra em cena a Geração Z. Os<br />

enfants terribles que andam a pôr os emprega<strong>do</strong>res loucos.<br />

O que é que estes miú<strong>do</strong>s querem? Mais <strong>do</strong> que dinheiro,<br />

felicidade: “As pessoas desta geração acreditam<br />

que o caminho anterior não é o caminho certo. Querem<br />

construir uma vida com menos desafios e mais felicidade”<br />

– quem o afirma é Frederico Canto e Castro,<br />

um empresário de 29 anos, chairman da agência de modelos<br />

Sonder e CEO da Seekers, empresa cujo produto é<br />

o Life Mba, um programa educativo que Frederico define<br />

como “de partilha de conhecimentos e ferramentas<br />

que são essenciais para a vida, mas não são ensinadas<br />

na escola”. Literacia financeira, saúde mental e gestão<br />

de tempo são algumas das matérias <strong>do</strong> Life Mba.<br />

A sua idade coloca-o na zona de fronteira entre os<br />

millenials e os Z, por isso diz que os entende bem e partilha<br />

os seus valores. Como emprega<strong>do</strong>r, assegura que<br />

nunca teve razões de queixa: “A partir <strong>do</strong> momento em<br />

que uma pessoa sente que o seu trabalho tem um impacto<br />

muito direto na vida <strong>do</strong>s outros e que está ativamente<br />

a melhorar algo, envolve-se no projeto. Se tiver<br />

autonomia para fazer o seu trabalho e apoio da liderança,<br />

a parte emocional está lá praticamente toda”, responde,<br />

dan<strong>do</strong> a entender que é o que se passa com as<br />

suas equipas. Assume, porém, que a questão <strong>do</strong> salário<br />

não pode ser escamoteada: “Esta geração, ao contrário<br />

de outras, não está só à procura de receber um salário,<br />

mas claro que se tu<strong>do</strong> dependesse apenas <strong>do</strong> salário<br />

emocional, então as pessoas dedicavam-se a hobbies”.<br />

Relativamente a este tema, Frederico Canto e Castro<br />

é frontal: “Visto que estamos numa guerra por talento<br />

tão forte, as empresas não podem pensar só nas suas<br />

obrigações perante os acionistas. Têm de pagar às pessoas<br />

aquilo que elas merecem”.<br />

<strong>Presidente</strong> da ANJE (Associação Nacional de Jovens<br />

Empresários) há três anos, Alexandre Meirelles tem<br />

ideias muito definidas sobre esta tensão latente entre<br />

emprega<strong>do</strong>res e jovens em início de carreira: “Não<br />

concor<strong>do</strong> que esta geração seja preguiçosa, que queira<br />

fazer pouco e que esteja sempre a reivindicar. Acho é<br />

que estamos perante uma geração muito mais bem informada<br />

e que percebeu que tem outro tipo de direitos<br />

(que se calhar a geração anterior ainda não tinha<br />

percebi<strong>do</strong>). Por isso há que dar espaço a estes jovens.<br />

O presidente da ANJE, Alexandre Meirelles, não tem dúvidas:<br />

“Quan<strong>do</strong> eles (os centennials) se queixam de que não há<br />

condições, o que dizem, na essência, é que não há bons salários<br />

para eles”<br />

Quan<strong>do</strong> eles se queixam de que não há condições, o<br />

que dizem, na essência, é que não há bons salários para<br />

eles”.<br />

Alexandre Meirelles afirma que esta crise tem um<br />

nome: “transição geracional”. E acredita que, em vez<br />

de problema, estes jovens são a solução para a economia<br />

nacional: “Esta geração está muito bem preparada<br />

para estar em cargos de tomada de decisão, tanto no<br />

público como no priva<strong>do</strong>”. A disrupção que os centennials<br />

trouxerem à máquina <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e às empresas<br />

será, na opinião <strong>do</strong> presidente da ANJE, um fator-chave<br />

para mudar a economia <strong>do</strong> país: “Temos um país de<br />

PME e culturalmente com problemas a nível empresarial.<br />

Não existe, por exemplo, uma cultura empresarial<br />

de fusões, aquisições, joint ventures, smart money, capital<br />

estratégico. Nestes pontos, a nova geração está muito<br />

mais bem preparada. E nós precisamos de dar dimensão<br />

à nossa economia. Nas startups não se importam<br />

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