itech 44 ABEL COSTA: O engenheiro que aprendeu a andar nas nuvens Sim, é uma metáfora. As nuvens <strong>do</strong> título simbolizam a imaterialidade. Característica que pode ser atribuída à informática, mas nunca a circuitos eletrónicos, cabos e ferros de soldar, as <strong>coisas</strong> que faziam e ainda <strong>fazem</strong> as delícias de Abel Costa. Texto de Teresa Ribeiro | Fotos Vítor Gor<strong>do</strong>/Syncview Nada de carrinhos, caricas ou jogos de bola. O que mais empolgava o atual managing director Portugal & Group VP da Inetum em miú<strong>do</strong>, era descobrir como aquela energia, que animava certos objetos, funcionava. Aos dez anos deitou a luz de casa abaixo, ao fazer uma experiência: “Achava muita piada às luzes pisca-pisca de Natal e então um dia peguei numa daquelas lâmpadas e liguei diretamente à ficha para ver o que acontecia. É claro que com uma carga de 220 volts, aquilo explodiu” (risos). Essa curiosidade por tu<strong>do</strong> o que tinha a ver com eletricidade e eletrónica tinha a ver com a profissão <strong>do</strong> pai, que fazia instalações numa companhia de telefones. Lá em casa havia sempre fios, telefones estraga<strong>do</strong>s, materiais em que o via trabalhar na oficina que improvisara na adega. Abel a<strong>do</strong>rava lá estar e aos poucos foi perceben<strong>do</strong> como tu<strong>do</strong> aquilo funcionava. Aos 12 anos conquistou o direito a ter a sua própria bancada de trabalho, lugar onde passou não só a replicar muito <strong>do</strong> que aprendera com o pai, mas a construir sistemas da sua autoria. Aos 14 já fazia disso negócio. “Comecei a vender alguns aparelhos eletrónicos aos amigos. O meu top de vendas (risos), onde ganhei algum dinheiro, foi um sistema de luzes psicadélicas para festas de garagem”. Era sempre o técnico de som e de luzes, nessas festas, às vezes também DJ, funções que ajudavam, em muito, a incrementar a sua popularidade. A sua veia empreende<strong>do</strong>ra levou-o, não muito depois, a outro sucesso de vendas, inspira<strong>do</strong> numa série, muito popular, que passava na TV, a Knight Rider, cujo protagonista tinha um carro inteligente, que falava e andava sozinho. Esse carro, de linhas aerodinâmicas, tinha à frente umas luzes que piscavam sempre que “falava” com o <strong>do</strong>no. Calculou que esse sistema não fosse muito diferente <strong>do</strong> que concebera para as suas luzes psicadélicas e meteu mãos à obra. Objetivo? Produzir dispositivos que os amigos pudessem aplicar nas motas: “Hoje diria que, mais pimba, aquilo não podia ser (risos), mas na altura foi um enorme sucesso”. Claro que no ensino secundário Abel escolheu como disciplina opcional “eletricidade”. E quan<strong>do</strong> chegou a hora de ingressar na universidade, não hesitou: matriculouse no curso de Engenharia Eletrónica e Telecomunicações. Tu<strong>do</strong> lhe correu sobre rodas até ao momento em que quis entrar no merca<strong>do</strong> de trabalho: “Constatei que no norte não havia saída para a eletrónica. Natural de Monção, crescera em Barcelos, estudara em Aveiro e <strong>do</strong>s seus planos não constava, à partida, vir para Lisboa, um destino que lhe parecia, aos 20 e poucos anos, muito distante. Mas foi o que aconteceu: “Encontrei-me cá com um ex-colega de curso, que trabalhava na Compuquali (a empresa que veio a dar origem à atual Inetum). Por acaso ele veio acompanha<strong>do</strong> pelo então diretor da empresa e numa breve conversa, sem que eu tivesse sequer um CV para mostrar, fui contrata<strong>do</strong>”. Aceitou aquela oferta de trabalho sem saber o que ia fazer: “Sabia que era uma empresa fornece<strong>do</strong>ra da HP e pensei: se o meu ex-colega de curso se adaptou, eu também me vou adaptar”. Começou como forma<strong>do</strong>r de sistemas operativos. E como de informática percebia pouco, estu<strong>do</strong>u muito para poder assumir esse papel. Correu tão bem, que ainda não tinha passa<strong>do</strong> um ano, já fazia administração de sistemas operativos. Na verdade, como engenheiro, nunca chegou a trabalhar. Mas percebeu que a informática era o futuro, por isso rendeu-se. Hoje, diz que não pode viver sem ela. Não se separa <strong>do</strong> telemóvel, não dispensa o portátil e confia em tu<strong>do</strong> o que o smartwatch lhe diz quan<strong>do</strong> vai correr (faz trail nos tempos livres). Passa 10h por dia a olhar para ecrãs e não se queixa. Mas quan<strong>do</strong> tem tempo e oportunidade para cuidar da horta e <strong>do</strong> jardim, não há Instagram, Twitter ou qualquer outro tipo de sedução cibernética que o desvie. A<strong>do</strong>ra pôr as mãos na terra, ou não descendesse de agricultores. E como não há nada como o primeiro amor, a eletrónica não ficou esquecida: “Sempre que alguma coisa se avaria em casa, sou eu que resolvo!•, confessa, de sorriso cúmplice.•
Não se separa <strong>do</strong> Android (um Samsung Note 20 Ultra 5G) nem para <strong>do</strong>rmir. É ele que o desperta to<strong>do</strong>s os dias Tem um HP Elite Book, mas que em breve será substituí<strong>do</strong> pelo Surface Laptop Studio, da Microsoft O Fénix, que traz sempre no pulso, controla a sua performance desportiva como ninguém 45
- Page 1 and 2: TOWERCOS O FUTURO NÃO PASSA APENAS
- Page 3 and 4: edit orial Eduardo Fitas eduardo.fi
- Page 5 and 6: Ontem éramos Altice Empresas. Hoje
- Page 8: a abrir 8 BENEFICIAR DE SOLUÇÕES
- Page 12 and 13: a abrir 12 NUMEROS 262 MIL MILHÕES
- Page 14 and 15: 5 perguntas 14 JUAN OLIVERA: Constr
- Page 16 and 17: a conversa 16 “Fui para Direito p
- Page 18 and 19: a conversa 18 “Na infância, era
- Page 20 and 21: a conversa “Estruturalmente, vai
- Page 22 and 23: a conversa 22 sociedades. Fascina-m
- Page 24 and 25: a conversa 24 reemergência destes
- Page 26 and 27: a conversa 26 Eça e daquela ideia
- Page 28 and 29: a conversa 28 -me o salário. Basic
- Page 30 and 31: a conversa 30 ainda uma união pol
- Page 32 and 33: em destaque NO MEIO É QUE ESTÁ A
- Page 34 and 35: em destaque 34 Era inevitável: foi
- Page 36 and 37: em destaque 36 Para Paulo Cardoso d
- Page 38 and 39: em destaque 38 a utilização indev
- Page 40 and 41: em destaque 40 digital do banco cen
- Page 42 and 43: em destaque 42 BREVE GLOSSÁRIO DO
- Page 46 and 47: negocios 46
- Page 48 and 49: negocios 48 Quando ficou concluído
- Page 50 and 51: negocios 50 a Cellnex estabeleceu t
- Page 52: negocios MAIS RESILIÊNCIA, S.F.F.
- Page 55 and 56: CENTENNIALS O NÓ GÓRDIO DAS CONTR
- Page 57 and 58: que acederam alegremente a viver pa
- Page 60 and 61: portugal digital ALFREDO, O MORDOMO
- Page 62 and 63: portugal digital 62 O tempo passa a
- Page 64: portugal digital 64 A startup tamb
- Page 67 and 68: cidadania 29KFJN a “senha” da F
- Page 69 and 70: : as protagonistas pção
- Page 71 and 72: Rogério Carapuça (APDC) deu o mot
- Page 73 and 74: tion Officer, onsumidores sas Pedro
- Page 75 and 76: De tal forma que, para o professor
- Page 77 and 78: O debate sobre o futuro entre os l
- Page 79 and 80: O painel de discussão entre Ricard
- Page 81 and 82: As tecnológicas estão a apostar t
- Page 83 and 84: 5G, consolidações, concorrência
- Page 85 and 86: PROGRAMA DIA 9 MAIO HYPOTHESIZING T
- Page 87 and 88: Pedro Siza Vieira Presidente, 32°
- Page 89 and 90: TOKENS AND THE CREATION OF ECONOMIC
- Page 91 and 92: Hugo Bernardes Managing Partner, Th
- Page 93 and 94: Bruno Martinho Managing Director, A
- Page 95 and 96:
THE FUTURE OF EURO DIGITAL Ricardo
- Page 97 and 98:
Filomena Rosa Presidente, Instituto
- Page 99 and 100:
THE STATE OF THE NATION OF MEDIA Ka
- Page 101 and 102:
1st DAY CLOSING SESSION DIA 10 MAIO
- Page 103 and 104:
ECONOMICS IS ALL ABOUT DISRUPTION?
- Page 105 and 106:
Catarina Bastos Defence Account Man
- Page 107 and 108:
Luís Antunes Professor Catedrátic
- Page 109 and 110:
ADVANCEMENTS IN AUTONOMOUS DRIVING
- Page 111 and 112:
José Rivera CTO, Vantage Towers Nu
- Page 113 and 114:
CLOSING SESSION Ana Figueiredo CEO,
- Page 115 and 116:
Lounge: Um espaço diferenciador e
- Page 117 and 118:
ede | Nokia convida FCCN; • Metav
- Page 120 and 121:
120 32º Digital Business Congress
- Page 122 and 123:
122 32º Digital Business Congress
- Page 124 and 125:
124 32º Digital Business Congress
- Page 126 and 127:
126 32º Digital Business Congress
- Page 128 and 129:
ultimas COMO ESCOLHER O MELHOR COMP
- Page 130:
ultimas REFORÇAR TALENTO EM CIBERS