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COMUNICAÇÕES 246 - Presidente do 32º Digital Business Congress - TIC fazem coisas excecionais

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negocios<br />

MAIS RESILIÊNCIA, S.F.F.<br />

AO CONTRÁRIO da Vantage Towers e da Cellnex,<br />

que apostaram em infraestruturas de rede<br />

móvel, a FastFiber tem tecnologia de rede<br />

fixa, com infraestruturas de fibra ótica. Presente<br />

num debate com a Cellnex e a Vantage<br />

Towers, sobre o futuro <strong>do</strong> setor, no âmbito<br />

da última edição <strong>do</strong> <strong>Digital</strong> <strong>Business</strong> <strong>Congress</strong><br />

da APDC – a FastFiber, na pessoa <strong>do</strong> seu CEO,<br />

Pedro Rocha, manifestou preocupação pela<br />

ainda pouco resiliente rede de infraestruturas<br />

civis <strong>do</strong> país. Segun<strong>do</strong> o CEO, esta vulnerabilidade<br />

inibirá os opera<strong>do</strong>res upper scalers de<br />

fazer grandes investimentos: “Hoje, Portugal<br />

é visto como porta de entrada de conectividade<br />

de grandes da<strong>do</strong>s, com implementação<br />

de data centres e com a atracagem de cabos<br />

submarinos que ligam a Europa, a América,<br />

África e Mediterrâneo. Esses opera<strong>do</strong>res têm<br />

uma exigência de qualidade de rede de fibra<br />

que é significativa. As nossas redes de fibra<br />

são boas, mas ainda não estão preparadas<br />

para esse grau de exigência, por causa das<br />

infraestruturas civis onde se deslocam. Ainda<br />

há muita rede de fibra que está assente em<br />

traça<strong>do</strong> aéreo e que tem de migrar para<br />

traça<strong>do</strong> em conduta. Sem essa resiliência da<br />

rede, as opera<strong>do</strong>ras não investirão”, frisou.<br />

Apesar deste S.O.S., Pedro Rocha não se<br />

queixa: “Temos uma rede de fibra que ocupa<br />

92% <strong>do</strong> território nacional e uma taxa de<br />

penetração de mais de 85% de to<strong>do</strong>s os lares<br />

existentes no país”, afirma. Falta só subir a<br />

fasquia e não perder as oportunidades que<br />

se abrem ao país no plano da conectividade<br />

internacional.•<br />

52<br />

Os analistas dizem que será inevitável assistir-se, a prazo,<br />

a um processo de concentração destes opera<strong>do</strong>res<br />

de redes, uma vez que o merca<strong>do</strong> não vai chegar para<br />

to<strong>do</strong>s e a fiberização tem os seus limites físicos, mas<br />

a verdade é que esse cenário não preocupa estes <strong>do</strong>is<br />

players. João Mora diz que o que vê é “uma crescente<br />

necessidade de instalação de mais equipamentos” nas<br />

suas infraestruturas, sublinhan<strong>do</strong> que, além <strong>do</strong> 5G, há<br />

novas tecnologias a reclamar espaço nas redes que gere<br />

e constrói: “O 5G é um projeto prioritário para o país,<br />

mas temos outras tecnologias nas nossas infraestruturas,<br />

como a rede de IoT, que permite aqui em Portugal,<br />

através <strong>do</strong>s mais de 3 mil sites que temos com essa<br />

tecnologia, prestar serviços bastante diversos, como<br />

IA para detetar fugas de água, ou fazer localização de<br />

animais em terrenos agrícolas. Essas tecnologias também<br />

permitem to<strong>do</strong> um ecossistema de conta<strong>do</strong>res<br />

digitais, de monitorização de veículos como bicicletas<br />

e trotinetas. Na área <strong>do</strong>s resíduos existe, igualmente,<br />

um conjunto de aplicações muito interessantes. No<br />

seu conjunto, estas funcionalidades são uma mais-valia<br />

para o país”, enumera, com entusiasmo. Só o tema<br />

das smart cities, refere, assegura um número sem fim de<br />

oportunidades para as towercos.<br />

O discurso <strong>do</strong> managing director da Vantage Towers<br />

não é muito diferente: “O nosso merca<strong>do</strong> ainda<br />

está a ser cria<strong>do</strong>, portanto estamos longe da saturação.<br />

Há muitos projetos a andar e que estão a ser planea<strong>do</strong>s<br />

para o futuro. Podemos mesmo dizer que o merca<strong>do</strong><br />

ainda está imaturo”, sublinha Paolo Favaro. “Se<br />

estivéssemos a falar de opera<strong>do</strong>ras”, acrescenta, “seria<br />

diferente, porque esse merca<strong>do</strong> já existe há cerca de 30<br />

anos. E não por acaso estamos a ver, hoje em dia, muitas<br />

fusões a acontecerem entre opera<strong>do</strong>ras”.<br />

Ao contrário, consideram Paolo e João, o merca<strong>do</strong><br />

onde as towerco se movem ainda é sexy. “Há inúmeros<br />

players que estão a entrar”, salienta Paolo. De facto, há<br />

infraestruturas que podem oferecer a novos players, há<br />

smart cities a precisar <strong>do</strong>s seus serviços para soluções<br />

cada vez mais desafiantes. Isto significa que, no horizonte,<br />

se perfilam novos paradigmas por explorar. De<br />

resto, no jargão das tower companies existe o acrónimo<br />

OTMO, que significa Other Than Mobile Operators. Ao<br />

contrário das opera<strong>do</strong>ras de telecomunicações, grandes<br />

pesos pesa<strong>do</strong>s que existem em número limita<strong>do</strong>,<br />

os OTMO poderão ser mais que muitos. E embora, individualmente,<br />

não tragam grandes investimentos ao<br />

setor, assegurarão múltiplos pequenos e médios projetos.<br />

Ou seja, uma constelação de oportunidades que<br />

iluminará o caminho às towerco ainda durante muitos<br />

anos. Para já, este merca<strong>do</strong> está pujante. E o futuro,<br />

longe de ser uma ameaça, insinua-se risonho.•

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