COMUNICAÇÕES 246 - Presidente do 32º Digital Business Congress - TIC fazem coisas excecionais
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THE FUTURE<br />
OF EURO DIGITAL<br />
Ricar<strong>do</strong> Correia<br />
Managing Director, <strong>Digital</strong><br />
Currencies R3<br />
Francisco Barbeira<br />
Administra<strong>do</strong>r, BPI<br />
“O euro digital vai significar um avanço tecnológico<br />
em grande escala. Não é mais uma<br />
moeda, mas uma moeda especial, de reserva<br />
de dinheiro <strong>do</strong> banco central num formato<br />
digital. Acelera os processos de interoperabilidade<br />
e a criação de um espaço mais<br />
europeu de pagamentos. Depois, toda a regulamentação<br />
<strong>do</strong>s criptoativos permitirá<br />
que os bancos também possam continuar<br />
a desenvolver o seu dever fiduciário, crian<strong>do</strong><br />
massa monetária através de stablecoins e<br />
criptomoedas”<br />
“Os bancos portugueses estão a investir<br />
imenso em tecnologia. É cada vez maior a<br />
fatia de orçamento para esta componente.<br />
Estamos a trabalhar este caminho. É<br />
obrigatório. Teremos a possibilidade de ter<br />
novas soluções, de ter muita inovação em<br />
cima deste espaço regula<strong>do</strong>, assim como<br />
de ter a moeda <strong>do</strong> banco central. Temos de<br />
estar prepara<strong>do</strong>s. Não há alternativa”<br />
“A banca é uma das indústrias mais inova<strong>do</strong>ras,<br />
mas o papel fiduciário de garantia<br />
de valor e de empréstimos manter-se-á<br />
com o projeto <strong>do</strong> euro digital. Há soluções<br />
nacionais muito boas, como o MBWay, mas<br />
a interoperabilidade europeia passa neste<br />
momento por soluções não europeias, de<br />
grandes grupos. Iniciativas como o euro digital<br />
combatem esta ideia e tentam equilibrar<br />
o cenário com uma solução europeia<br />
de pagamentos”<br />
“O euro digital é especial e confere uma inovação<br />
tecnológica: será dinheiro programável,<br />
utilizável em diferentes ambientes, como<br />
a distributed finance. Os bancos centrais têm<br />
me<strong>do</strong> de perder este comboio e de se poderem<br />
tornar redundantes, pelo que sentimos<br />
essa motivação para a mudança”<br />
“No futuro não haverá uma desintermediação<br />
total. Vamos assistir é a uma reconstituição<br />
<strong>do</strong> campo de jogo, onde os diferentes<br />
papéis serão desenvolvi<strong>do</strong>s por atores<br />
distintos. Haverá mais trabalho a ser feito, o<br />
que significa que haverá mais participantes<br />
a entrar no sistema, mais atores a participar<br />
na distribuição <strong>do</strong> dinheiro e isso deverá<br />
criar inovação. É essa a ideia. Mas ainda não<br />
sabemos”<br />
“Mudar <strong>do</strong> dinheiro físico para o dinheiro digital<br />
não terá, por si, grandes implicações.<br />
Hoje, já gastamos apenas 10% <strong>do</strong> total em<br />
notas e moedas. O resto é digital. Uma das<br />
grandes motivações que vemos na Europa,<br />
em termos de bancos centrais, é sair <strong>do</strong> circuito<br />
das empresas de pagamentos norte<br />
-americanas, como a Mastercard ou a Visa,<br />
que são <strong>do</strong>minantes na Europa. O euro digital<br />
surge como uma forma de equilibrar<br />
esse poder, introduzin<strong>do</strong> alternativas de<br />
pagamentos”