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COMUNICAÇÕES 246 - Presidente do 32º Digital Business Congress - TIC fazem coisas excecionais

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management<br />

de ter menos participação numa coisa maior. Preferem<br />

esse caminho <strong>do</strong> que ter uma grande participação<br />

numa coisa mais pequena. Isto revela uma diferença<br />

de mentalidade brutal. E em termos de contribuição<br />

para o PIB, esta atitude face à posse <strong>do</strong> capital faz enorme<br />

diferença”.<br />

58<br />

NÃO SÃO PIORES, SÃO DIFERENTES<br />

Segun<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong> “Gen z and Millenial Survey 2022”<br />

da Deloitte, basea<strong>do</strong> num inquérito feito, entre novembro<br />

de 2021 e abril de 2022, a 14.808 centennials e<br />

8.412 millenials de 46 países, ambas as gerações sofrem<br />

de ansiedade financeira e preferem trabalho com mais<br />

propósito e flexível. Muitos sentem-se burned out, por<br />

terem de acumular, em diversos casos, <strong>do</strong>is empregos<br />

para se sustentarem. Esta circunstância sensibilizou<br />

muitas empresas para a importância de desenvolverem<br />

programas de proteção da saúde mental no meio<br />

laboral.<br />

A oferta de melhor salário, work-life-balance, mais<br />

suporte à saúde física e mental, oportunidades de carreira,<br />

formação e a prossecução de políticas sustentáveis<br />

são as melhores estratégias para os atrair e reter<br />

– também revela este estu<strong>do</strong>.<br />

Como é que tu<strong>do</strong> isto se materializa? Com salários<br />

mais eleva<strong>do</strong>s, mas também com horários flexíveis.<br />

Frederico Canto e Castro diz que tem to<strong>do</strong>s os seus colabora<strong>do</strong>res<br />

em regime de full time remote e sabe o quanto<br />

isso é valoriza<strong>do</strong> pelas suas equipas. Como é que<br />

esta apetência se compagina com a oferta tradicional<br />

das empresas? Diogo Santos tem a noção de que é uma<br />

tendência com repercussões “gigantescas” nas organizações.<br />

Mas o que fazer quan<strong>do</strong> há escassez de talento<br />

e são os candidatos que lideram as contratações? O<br />

partner da Deloitte diz que os empresários se têm de<br />

adaptar aos novos tempos: “Se calhar, a força de trabalho<br />

que têm de passar a considerar deverá ser uma pool<br />

variada, constituída por subcontrata<strong>do</strong>s, freelancers e<br />

pessoas que <strong>fazem</strong> parte <strong>do</strong>s quadros”.<br />

A geração Z, diz Diogo Santos, “não é pior nem melhor<br />

<strong>do</strong> que as anteriores. É diferente”. Por isso, antes<br />

de começar a julgá-la, é importante tentar percebê-la:<br />

“Mudar mais frequentemente de emprego – uma das<br />

características que mais lhe criticam – não deve ser visto<br />

como sinónimo de falta de compromisso. Não é por<br />

uma pessoa mudar de emprego de <strong>do</strong>is em <strong>do</strong>is anos<br />

que é menos dedicada <strong>do</strong> que uma que permanece<br />

numa empresa há dez. Esta geração tem é uma expetativa<br />

diferente relativamente àquilo que pensa que é<br />

melhor para o seu futuro profissional. Acha que é importante<br />

a diversidade de experiências e alargar a sua<br />

rede de contactos”, sublinha.<br />

Diogo Santos, partner da Deloitte, sobre a geração Z: “Mudar<br />

mais frequentemente de emprego – umas das características<br />

que mais lhe criticam – não deve ser visto como sinónimo de<br />

falta de compromisso”<br />

Também se diz <strong>do</strong>s centennials que, por preferirem<br />

trabalhar em remoto, são menos comprometi<strong>do</strong>s e só<br />

pensam no seu conforto, algo que, mais uma vez, Diogo<br />

Santos desmonta: “Falamos de uma geração que é<br />

nativa digital, com licenciaturas e partes de mestra<strong>do</strong>s<br />

feitas em digital. To<strong>do</strong>s os trabalhos de grupo que fizeram<br />

foi em contexto digital. Então porque é que, no<br />

contexto profissional, isso é negativo?”.<br />

A resistência a esta nova maneira de estar no trabalho<br />

existe por parte <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>res, mas a realidade<br />

é o que é. E, entretanto, o turnover estrutural <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong>, em áreas como a tecnologia, já é superior a<br />

20%. O que é que isto indica? “Que os instrumentos de<br />

retenção que funcionavam para pessoas que tinham<br />

como premissa ficar dez ou 15 anos na mesma empresa<br />

não podem ser os mesmos para as pessoas que assumem<br />

que querem mudar a cada <strong>do</strong>is anos”, responde<br />

Diogo Santos. Apetece dizer: “Elementar, meu caro<br />

Watson!”.•

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