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A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

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que eu vos incite a matar este criminoso sem que todas as suas vítimas opossam ver no patíbulo. Sabeis que se mata um homem num momento? Queé pequeno castigo para este matador tirar-lhe num instante a vida, quando eletantas arrancou vagarosamente com demorados tormentos? Não querereisantes vê-lo caminhar do oratório à forca? Cidadãos!, deixai-o entrar com vidana cadeia; e não lhe deis o prazer de o matar num curto momento; porque eledecerto antes quer a morte repentina com que o ameaçais do que a lentaagonia do oratório e o espetáculo da infamante morte. Quantos parentesvossos caíram nos baluartes desta cidade acutilados ou varados de pelouros?Morreram, e contudo eram honrados defensores de uma causa justa! E quereisvós, imprudentes, que este homem acabe como acabaram os valentes quechorais? Quereis que ele não tenha paroxismos mais duradouros? Quereis queele daqui a cinco minutos esteja insensível aos castigos que devem prolongarseaté que o peso do carrasco lhe aperte a garganta? Cidadãos, vede o quefazeis! A vida deste homem deve ser cortada fio a fio. Se o matais de umgolpe, podereis dizer que não vingastes as vítimas de pita bezerra.— Apoiado! — conclamaram muitas vozes. — apoiado!, deixá-lo ir! Nãose mate! Diz bem o padre: há de morrer aos pedaços! ... Ferros com ele!Deixem passar, mulheres!A escolta abriu passagem. Pita bezerra ao perpassar pelo padre baixou-lhe umolhar de implorativa gratidão. Frei jacinto não o encarou.

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