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A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

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No entanto, Angélica foi avisada do sucesso. A freira, sua antiga ama, sobretodas, saíra desesperada do acto da votação, e foi dizer-lhe que não saísseainda que a intimassem; que ela ia fazer um bom serviço à paz do convento.Esta religiosa já se disse que era constitucional. Tinha irmãos e mais parentesno exército. Escreveu para lisboa chamando um sobrinho aspirante decavalaria. O rapaz, amantíssimo da freira que o trazia cativo de umas peças deduas caras com que o brindava às vezes, licenciou-se e apresentou-se noconvento. Contou-lhe a tia o caso do arrábido com a secular e a desordem queele motivara entre as religiosas. O aspirante dispensou a tia de expender o fimpara que o chamava.— Deixe-me com o frade... — disse o rapaz. — mas não me exponhas...Vê lá como fazes isso... Encarrega outra pessoa...— Não cedo a ninguém o prazer de dar duas cambalhotas a um santo.Pesquisou o aspirante, e soube que o frade passava as noites em casa de umasfidalgas onde se entretinha edificantemente a coordenar, nuns relicários,esquirolas de ossos de vários santos, trazidas do seu convento. Diga-se depasso que o frade proprietário desta preciosa ossaria tinha distribuído no paístal porção de falanges dos dedos de S. Bono presbítero e mártir, que precisofora ter o santo mais braços que briareu, para que todos os ossos fossem dele.Conquanto não vendesse a peso nem a olho estes arcaboiços desfeitos, agranjearia de dinheiro que lhe advinha deste comércio ao arrábido, era tal e

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