25.08.2015 Views

A BRUXA DO MONTE CÓRDOVA

Untitled - Luso Livros

Untitled - Luso Livros

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

— Que dois miseráveis covardes! — redarguiu frei Tomás. — covarde eu!— replicou o filho do marquês, correndo também para o seu quarto.Saíam dos cubículos respetivos os dois frades. O do vale, ou por chancear oupor intenções sanguinárias, trazia a tesoura de costura; o outro vinha com umvarapau. Frei Tomás esperou-os imóvel.— Desdiz-se? — exclamou o do pau com a pancada feita. — não medesdigo, seu biltre! — respondeu o colegial. Desceu o pau. Frei Tomás moveua um lado a cabeça e recebeu a bordoada no ombro esquerdo. Entretanto,com a mão direita, escondida no hábito, arrancou de um punhal e cravou-oduas vezes no peito de frei Joaquim. O sobrinho do abade gritava e fugia. Ofilho do marquês apalpava-se e despia o hábito.Frei Tomás, alvo como cera e trémulo, encostara-se a um colunelo da galeria,esperando ver cair morto o ferido.Revoluteava a fradaria como se o incêndio crepitasse nos quatro ângulos doedifício. Reboavam clamorosamente os ecos dos dormitórios. O gritoespavorido era que estava agonizante frei Joaquim do sepulcro, esfaqueadopor frei Tomás. Os colegiais, mandados pelo prelado, atacaram, reunidos, ocriminoso que lhes não fez leve resistência. Desceram-no ao cárcere eprenderam-lhe o pé direito no olhal do cepo que monasticamente se chamava"tronco", ora, as punhaladas tinham sido benignas. O ferido não dava receios.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!